São Paulo – O tenista suíço Roger Federer e o piloto espanhol Fernando Alonso foram espetaculares nesta temporada, mas o esportista do ano é um brasileiro. Ronaldinho Gaúcho arrebatou todos os prêmios importantes entregues em 2005, encantou o mundo com suas jogadas inimitáveis e, aos 25 anos, já tem lugar garantido entre os maiores craques da história do futebol.
Ronaldinho tornou-se uma unanimidade. Ganhou prêmios em votação entre seus colegas de profissão (melhor do mundo segundo o Sindicato Mundial de Jogadores), entre técnicos e capitães de seleções de todos os continentes (melhor do mundo na eleição da Fifa) e entre jornalistas (?Bola de Ouro? da revista France Football como o melhor da Europa, melhor do mundo segundo a revista inglesa World Soccer e melhor atleta latino-americano de acordo com os correspondentes da agência de notícias EFE).
E se fosse feita uma votação com torcedores do mundo inteiro, certamente também ganharia com folga. Porque, atualmente, nenhum jogador diverte e emociona tanto como o camisa 10 do Barcelona.
O estilo de jogo de Ronaldinho é um reflexo de sua personalidade. Se ele é feliz e sorridente fora de campo, por que não levar isso para o gramado? Ele joga sorrindo e tem prazer em fazer uma jogada bonita, daquelas que fazem o público levantar para aplaudir mesmo quando é quase todo do time adversário.
Foi assim no clássico de novembro contra o Real Madrid no Santiago Bernabéu. Ele acabou com o jogo, fez dois golaços em jogadas individuais na vitória por 3 a 0 e, depois de fazer o segundo gol, foi aplaudido de pé pelos torcedores do rival. Isso só havia acontecido uma vez: há 21 anos, o homenageado foi ninguém menos que o argentino Diego Maradona, que usava a camisa que hoje é honrada por Ronaldinho Gaúcho no Barcelona.
A distância entre o seu talento e o dos outros jogadores ficou clara no resultado da eleição da Fifa. Com 956 pontos, ele colocou 650 de vantagem sobre o inglês Frank Lampard, do Chelsea. Foi a maior diferença dos 15 anos de história do prêmio. E Ronaldinho Gaúcho tornou-se o único craque, além de Ronaldo, a ser eleito em dois anos seguidos.
Ídolo no mundo até na Argentina, Ronaldinho Gaúcho é deus em Barcelona. E não é para menos: ele fez o time ressurgir, depois de um intervalo de cinco anos sem título, e o transformou numa potência na Europa. O Barça foi campeão espanhol na temporada passada, lidera a competição atual com 11 pontos de vantagem sobre o rival Real Madrid (que está em quinto lugar) e venceu as últimas 13 partidas incluindo o Campeonato Espanhol e a Liga dos Campeões. Dessas vitórias, apenas a contra o Sevilla (2 a 1) foi por menos do que dois gols de diferença.
Seu sucesso estrondoso levou o presidente Juan Laporta a rasgar o contrato que o vinculava ao clube até 30 de junho de 2008 para transformá-lo no jogador mais bem pago do mundo. No final de agosto, Ronaldinho assinou contrato até 2010 para receber US$ 13 milhões (R$ 30,3 milhões) por temporada. Para efeito de comparação, os ?galácticos? Ronaldo, Zidane, Raúl e Beckham recebem exatamente a metade disso.
Há uma opção para o contrato ser prorrogado até 2014, o que manteria Ronaldinho Gaúcho no clube até os 35 anos de idade.
Este foi mesmo o ano de Ronaldinho. Que em 2006 seja o ano em que ele levará o Brasil ao hexa.