Já vestido com a camisa do Fluminense, o atacante Romário chegou ontem ao Rio. Além de comemorar seu retorno ao clube das Laranjeiras, ele falou em aposentadoria e o tempo que perdeu profissionalmente por atuar no Catar. Dos árabes, só festejou o fato de terem cumprido com o acordo financeiro, o que aumentou sua conta bancária em cerca de US$ 1,5 milhão. O jogador também não escondeu que seu principal objetivo agora é o de chegar o mais perto possível do gol de número 1000 na carreira – já assinalou 864.
“Não foi uma temporada positiva e acho que até perdi um pouco do meu objetivo que é chegar o mais próximo dos mil gols, praticamente perdi três meses”, disse Romário, que atuou somente três partidas no Catar, pelo Al-Saad. “Mas estou com vontade de jogar, saudade do estádio cheio, de ver a torcida e de marcar gols.”
De acordo com Romário, sua maior dificuldade no Catar foram os problemas de relacionamento com o treinador belga Luka Peruzovic, que insistiu para ele atuar em outra posição. Por isso, não obteve sucesso jogando pelo time árabe.
Romário se apresenta hoje à tarde ao Fluminense e garantiu ter condições de reestrear pelo clube no sábado, contra o Goiás, no Maracanã, pela 13.ª rodada do campeonato brasileiro. Afirmou, no entanto, que não deve agüentar ficar em campo por 90 minutos.
O atacante considerou que o elenco atual do Fluminense é “inferior tecnicamente” ao do ano passado, quando o time chegou à semifinal do brasileiro. Mas destacou que se os atletas demonstrarem vontade, poderão chegar “bem longe”. Garantiu que o time deve pensar inicialmente em se classificar entre os oito primeiros, para depois tentar assegurar uma vaga na Copa Libertadores da América de 2004 e, em seguida, pensar na conquista do título.
Sobre a aposentadoria, Romário confirmou que atuará até o final deste ano e “talvez, mais um”. Ao ser indagado se o Fluminense seria seu último clube, despistou. “Ao renovar com o Fluminense no início do ano falei que seria meu último clube e acabei saindo, né? Mas, acho que se as coisas acontecerem como eu quero e como o Fluminense quer, pode acontecer de terminar aqui.” O Baixinho lembrou ainda que continua acreditando em sua capacidade técnica e na sua principal característica: marcar gols. “Enquanto estiver correspondendo fisicamente, vou continuar”, explicou. E, em seguida, revelou ter recebido uma proposta para continuar no Catar e outra de um clube “pequeno” da primeira divisão da Inglaterra. Mas preferiu mesmo voltar ao Brasil, ao Rio, ao Flu.