São Paulo – De acordo com suas próprias contas, Romário está a apenas um gol do milésimo, que pode sair no clássico de domingo contra o Botafogo, no Maracanã. Só que o Baixinho não deve parar por aí. Depois disso, ele já tem um novo objetivo: superar Pelé como maior artilheiro da história em jogos oficiais. Atualmente, o Rei está em vantagem com 720 gols, contra 717 do jogador do Vasco.

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Um levantamento feito pela revista Placar, em sua edição de abril, mostra que Romário tem apenas três gols a menos que o rei em competições oficiais. Para chegar aos números, foram considerados apenas os gols marcados em torneios promovidos pela Fifa, pelas confederações continentais, nacionais e pelas federações.

Novo ?gol mil?

Na segunda-feira, Romário participou do programa Bem Amigos, do canal SporTV. Ele já havia sido informado sobre os novos dados e ficou bastante animado. ?Eu fiquei sabendo disso há uns dez dias, isso até me excita?, afirmou.

Romário disse, inclusive, que a possibilidade de se tornar o maior de todos os tempos deve estender sua carreira por mais algum tempo. ?Agora a gente precisa ver, tem esse negócio de alcançar o Pelé, né? Isso

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é uma honra. Nossa, superar o melhor de todos!?, disse o jogador. ?Isso aí pode virar meu novo ?gol mil??, completou.

Mais do que isso, o atacante estuda a possibilidade de continuar jogando mesmo depois de superar todos os recordes. Antes, é claro, ele pretende descansar bastante. ?Vou precisar de dois ou três meses de férias. Pode não parecer, mas essa história do gol mil está me consumindo muito?, explicou.

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Vale tudo na contagem

A lista elaborada pelo próprio Romário tem 999 gols, inclusive aqueles marcados nas categorias de base e em jogos festivos, com a participação de artistas e amigos do jogador. No total, são 106 os gols que ele marcou nessas condições, o que Placar não leva em conta em suas estatísticas. Ao comparar o Baixinho a Pelé, os números são ainda mais restritos. Mesmo os amistosos oficiais são desconsiderados, a fim de apontar quem marcou mais gols em competições oficiais.

Eurico Miranda promete estátua

Agência Estado

O presidente do Vasco, Eurico Miranda, já definiu qual a melhor forma de homenagear o atacante Romário pelo milésimo gol de sua carreira (em suas contas, o que inclui jogos como amador): com uma estátua do atacante, em São Januário, onde ficam o estádio e a sede do Vasco.

?Já estamos vendo isso. A grande homenagem do Vasco será uma estátua de corpo inteiro. E enquanto eu tiver poder, a camisa 11 do time fica imortalizada. Ele não vai encerrar a carreira depois disso, ficará até o fim da Copa do Brasil ou do Estadual. Depois, em 30 ou 40 dias, faremos uma grande festa?, disse Miranda, em entrevista a uma emissora de rádio.

O dirigente – com o cargo ameaçado devido à confusão nas eleições deste ano, que foram anuladas, com a Justiça determinando a realização de uma nova votação – aproveitou para pedir ao torcedor vascaíno que vá ao Maracanã, no domingo, para o clássico contra o Botafogo. Romário está a um gol do milésimo. ?Espero que este gol saia no Maracanã. Só é preciso que a torcida do Vasco vá assistir ao jogo.?

Marrento estreou no futebol profissional contra o Coxa

Carlos Simon

No ano de sua maior glória, o Coritiba fez parte do início da trajetória de Romário no futebol profissional. No distante 6 de fevereiro de 1985, o Baixinho estreava pelo time principal do Vasco diante do Coxa, futuro campeão brasileiro, em São Januário. Ele não marcou naquela noite, mas já mostrava a malemolência e categoria que o consagrariam como um dos maiores artilheiros da história.

Romário entrou no segundo tempo, substituindo outro novato, Mário Tilico.

O Vasco já vencia por 1 a 0, com gol de pênalti de Roberto Dinamite. E mesmo sem marcar, o Baixinho aprontou para o Coxa – construiu a jogada do segundo gol de Dinamite, aos 38 do segundo tempo. Aos 43, o volante Vítor fechou o placar em 3 a 0 para os cariocas, que jogavam de luto pelo morte do zagueiro uruguaio Daniel Gonzales, em acidente automobilístico, uma semana antes.

A partida também foi um marco para o Coxa, que perdeu dois dias depois o técnico Dino Sani, seduzido por oferta milionária do Oriente Médio. Ênio Andrade viria na semana seguinte para conquistar o título brasileiro seis meses depois. O jovem atacante do Vasco só marcaria seu primeiro gol como profissional em 18 de agosto de 1985, num amistoso contra o Nova Venécia (ES).

Genial na área

Romário era desconhecido da maioria dos coxas-brancas, menos um – o lateral-esquerdo Dida, que estreava com a camisa do Coritiba naquela noite de quarta-feira. Poucos dias antes os dois haviam sido campeões sul-americanos com a seleção brasileira sub-20, no Paraguai. Na final, diante dos donos da casa, o Brasil vencera por 2 a 1 – dois de Romário, artilheiro da competição. ?Já dava pra ver que seria um craque. E era igualzinho ao que é hoje: marrento, mas genial dentro da área?, conta Dida.

O ex-coxa-branca lembra que Romário foi parar no Sul-Americano por acaso -substituiu o atacante Cléber, do Grêmio, cortado por problemas médicos. Por ironia do destino, Cléber jamais despontou. E apesar do brilho, Romário, meses depois, seria cortado da seleção que disputaria (e venceria) o Mundial sub-20 da Rússia -pela versão oficial, foi pego andando pelado no hotel onde a delegação estava concentrada. Era só a primeira grande polêmica da carreira do Baixinho. ?É o jeitão dele. Sempre foi um cara muito correto com os amigos. Torço para que faça logo o milésimo, independente de a contagem estar certa ou não. Ele merece?, diz o ex-companheiro.