Após o tropeço diante do Sport, na última terça-feira, em plena Vila Capanema, o diretor de futebol do Paraná Clube, Guto de Mello, desabafou e expôs a grave crise financeira que assola o Tricolor. “Nossa situação é caótica. Não estamos conseguindo pagar os atrasados e precisamos da união dos verdadeiros paranistas”, disse o dirigente.
A chapa Revolução Paranista, que assumiu o clube no início desta temporada, era a grande esperança da torcida tricolor, pois possuía nomes de peso, que consagraram o Paraná no futebol brasileiro. A chapa era encabeçada por Aramis Tissot e Ernani Buchman, e contava ainda com o apoio de outros ex-presidentes como Darci Piana, Dilso Rossi e Ênio Ribeiro.
Mas, a revolução não aconteceu. O Paraná Clube continuou amargando maus resultados dentro de campo e, fora dele, a situação financeira se agravou. “Quando assumi o clube tínhamos uma proposta. Se os paranistas não se unirem não tem como. A torcida também não comparece no estádio. Só se ouve críticas. Sou presidente, mas sou torcedor comum, como qualquer outro do Paraná. É difícil fazer futebol sem dinheiro”, afirma o presidente atual, Aquilino Romani.
Mandatário paranista em 1996 e 1997, Ernani Buchman destaca que a crise vem de gestões anteriores. “Isso não é uma novidade. Mas, o futebol mudou, a realidade é outra. Vai depender da capacidade da articulação da diretoria para o clube ter futuro”, disse o ex-dirigente.
Uma das hipóteses levantadas para auxiliar o clube seria a terceirização do futebol, que é considerada complicada por parte do atual mandatário. “O problema é que ninguém quer ajudar. A terceirização é complexa. É um assunto que tem de ser discutido”, destaca Romani.
Por outro lado, Buchman ressalta que para os padrões atuais do futebol, a terceirização já é considerada um fator normal. “Não é nenhum bicho de sete cabeças. O Guaratinguetá é um exemplo disso. Existe até no Santos, pois existem investidores lá dentro. O poder dos grupos empresariais é muito forte”, conclui.