Enfatizando a sua “beleza incomparável” e tentando minimizar os danos de um recente escândalo de corrupção, Roma apresentou formalmente a sua candidatura para a Olimpíada de 2024 nesta sexta-feira, em uma mudança de postura, pois há três anos a cidade desistiu do processo de escolha da sede dos Jogos de 2020 citando preocupações financeiras.

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O prefeito Ignazio Marino, o chefe do comitê da candidatura de Roma, Luca di Montezemolo, e o presidente do Comitê Olímpico Italiano, Giovanni Malago, assinaram o documento que formaliza a participação no processo de escolha da sede da Olimpíada de 2024 na Câmara Municipal de Roma, que tem vista para o Fórum Romano, e o enviou ao Comitê Olímpico Internacional (COI).

“Assim começa um caminho de construção e compartilhamento para a capital de um plano de que vai oferecer aos atletas e a todo o mundo a oportunidade de experimentar o espírito olímpico e emoções em um cenário de incomparável beleza”, disse o comitê da candidatura de Roma.

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“Nenhuma outra cidade no mundo pode oferecer uma herança artística, histórica e cultural que se estende por um amplo período de tempo, o que permitirá que as competições olímpicas sejam realizadas nos lugares mais espetaculares e simbólicos da Cidade Eterna”, acrescentou o comitê.

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Com história e cultura em mente, Marino sugeriu no início deste ano que as cerimônias de entrega de medalha fossem realizadas no interior do Coliseu, o que foi apoiado pelo presidente do COI, Thomas Bach.

Hamburgo formalizou a sua candidatura na última quarta-feira. Paris, Los Angeles,

e Budapeste são as outras candidatas declaradas. “Eu não gosto de falar de concorrentes, mas Roma é Roma”, disse o presidente do Comitê Paralímpico Italiano, Luca Pancalli.

O prazo para a apresentação formal ao COI das candidaturas é a próxima terça-feira. A cidade-sede será definida em 2017. Roma, que sediou os Jogos Olímpicos de 1960, foi a primeira cidade a anunciar sua candidatura no ano passado e tem forte apoio do primeiro-ministro italiano Matteo Renzi.

A situação é bem diferente da vivida em 2012, quando o então primeiro-ministro Mario Monti abandonou o processo de escolha da sede dos Jogos de 2020 por questões financeiras.

A nova candidatura vem com a economia da Itália ainda estagnada e com novas revelações sobre um escândalo de corrupção em Roma, que tem sido chamado de “Máfia Capital”. Conversas telefônicas interceptadas pela polícia e publicadas na imprensa mostram como chefes criminosos locais conseguiram firmar laços com políticos para conseguirem lucrativos contratos públicos. Dezenas de pessoas foram presas e o vice-prefeito de Roma renunciou em julho, embora não esteja formalmente sob investigação.

A candidatura de Roma deve incluir muitos dos palcos utilizados para os Jogos de 1960. Outros locais de competições devem se concentrar no complexo Tor Vergata, na periferia da cidade, que chegou a ficar abandonado por alguns anos, mas agora deverá receber inclusive a Vila Olímpica. Roma prevê um orçamento de 6 bilhões de euros, sendo que 2 bilhões de euros seriam cobertos pelo COI.