O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Jacques Rogge, manifestou nesta quarta-feira sua preocupação com alguns casos de mudança de nacionalidade dos atletas. O dirigente declarou que alguns têm motivos “legítimos” para a alteração, mas criticou aqueles que a fazem “para conseguir maior lucro”.

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“Eu tenho algumas ressalvas nos casos em que os atletas obviamente não carecem de qualquer apoio de seus governos e comitês esportivos e ainda assim mudam a nacionalidade”, declarou. “Não podemos impedir legalmente porque é uma questão de soberania. Mas deixe-me dizer que, francamente, não gosto disso”, completou.

A declaração de Rogge é um claro recado à delegação britânica para os Jogos Olímpicos de Londres, que conta com diversos atletas nascidos em outros países. A situação tem sido criticada, inclusive, pela imprensa local, que aponta que alguns destes competidores decidiram mudar a nacionalidade pensando exclusivamente no lucro.

Entre as atletas questionadas sobre o assunto está a velocista Tiffany Porter, nascida nos Estados Unidos, mas naturalizada britânica, que conquistou a medalha de prata na prova dos 60 metros do Mundial Indoor de Atletismo, disputado em Istambul, no último final de semana. Porter é filha de uma britânica e de um nigeriano e representa a Grã-Bretanha desde 2010.

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“Acredito que esta atleta tem uma mãe ou um pai com nacionalidade britânica. Já temos então uma boa razão para talvez se mudar a nacionalidade”, disse Rogge. “Entendo a legitimidade daqueles que querem mudar a nacionalidade por questões de estudo ou de casamento. O problema de atletas de países pobres, que não ganham apoio, também é compreensível. Você pode não gostar, mas é compreensível”, completou.