Rogério vai assinar um |
O último dos titulares do Atlético no título do Campeonato Brasileiro de 2001 está indo embora para o Japão. O controverso zagueiro Rogério Correia foi negociado com o Shimizu, do Japão, e fez sua despedida com a camisa rubro-negra na partida de sábado contra o Londrina. O Atlético vai embolsar US$ 6 milhões e o zagueiro vai assinar um contrato de 4 anos com o clube japonês. Rogério é o sexto atleta titular do ano passado a ser negociado ou ir embora do clube. Por outro lado, a diretoria do Furacão está acertando a contratação do atacante Aloísio Chulapa, ex-Rubin Kazan, do futebol russo.
A negociação entre os representantes japoneses e a direção atleticana começou na semana passada e foi fechada no final de semana. O Shimizu, inclusive, mandou seus olheiros acompanharem a partida do Rubro-Negro com o Londrina. Como Rogério teve uma boa atuação, o martelo foi batido. Desde que se fixou como líbero, o zagueiro voltou a mostrar um bom futebol e se tornou peça-chave na armação da defesa atleticana.
Enquanto ele vai, o atacante Aloísio Chulapa já deverá se apresentar nesta semana. O jogador, de 30 anos, disputou a última temporada pelo russo Rubin Kazan e estava mantendo a forma física em Goiânia. Ao contrário dos outros 12 atacantes que o clube mantém no elenco, esse é o homem de área que o técnico Casemiro Mior tanto reclama. Assim como Maciel, Marín e Baloy, o clube terá que correr contra o tempo para registrá-lo até sexta-feira na Conmebol e garantir a participação dos reforços na Copa Libertadores da América.
Empate acende sinal de alerta
Ainda não foi desta vez que o Atlético voltou com uma vitória no Paranaense. Jogando mal no primeiro tempo, mas se recuperando no segundo, o Furacão apenas empatou com o Londrina em 0 a 0, mas manteve a liderança no grupo B. O próximo compromisso é o Malutrom, na Arena, enquanto o Tubarão vai até Paranavaí enfrentar a equipe local. Os dois jogos serão quarta-feira.
Era para ser um ensaio pra Libertadores e, pelo que se viu, o Atlético terá que corrigir muitos erros pra estréia. O time começou perdido, principalmente pelas mudanças de última hora. O lateral-esquerdo Marín não teve sua documentação regularizada e Badé, o substituto imediato, pegou uma gripe. Sem os dois, o técnico Casemiro Mior deslocou Marcão e colocou Durval na zaga.
Marcão e William fechavam demais pelo meio, Dênis Marques e Lima voltavam para buscar bola e o Londrina foi se impondo. Incentivado pelos dez mil torcedores presentes ao VGD, o Tubarão partiu pra cima na busca da reabilitação após perder por 4 a 1 pro Esportivo na Copa do Brasil.
As poucas chances do Furacão surgiram de bola parada. Durval e Fabrício arriscaram e o goleiro Vílson mostrou insegurança ao rebater todas. Mesmo assim, ninguém aproveitou os rebotes.
O segundo tempo melhorou e muito. A equipe de Itamar Bernardes acionou a artilharia e não deu descanso pra Diego. O arqueiro teve que se desdobrar para evitar o gol e foi o principal destaque da partida.
O Atlético acordou e foi pra cima. Fabrício chutou forte, mas Rodrigo salvou em cima da linha. Marcão também tentou, mas a defesa afastou o perigo. Ninguém abriu o placar.
Time não está pronto pra Copa Libertadores
A menos de dez dias da estréia na Copa Libertadores da América o sinal de alerta soou no Atlético. Após a fraca apresentação diante do Londrina, o técnico Casemiro Mior constatou que ainda falta muito para a equipe ganhar forma e começar a atuar como se espera do vice-campeão brasileiro. Para piorar, alguns dos recém-contratados nem ganharam condição de jogo e o time ainda está se desfazendo do zagueiro Rogério Correia, que vai jogar no futebol japonês. Tudo o que não deveria acontecer às vésperas da competição mais importante do ano para o Rubro-Negro.
Que o treinador mal conhecia o elenco, todo mundo sabia. Que o planejamento foi atropelado para que Mior pudesse acelerar a preparação da equipe, era mais do que necessário. Mas, agora, parece não estar sendo o suficiente para o substituto de Levir Culpi colocar a equipe em ponto de bala para a partida contra o Independiente, dia 15, em Medellín. Questionado após o empate contra o Londrina, no sábado, sobre o que precisava ser melhorado, o comandante rubro-negro foi enfático: "Tudo".
A sinceridade dele contrasta com o discurso diplomático de outros treinadores, mas bate com o que a torcida está vendo dentro de campo. Mesmo líder do grupo B do campeonato paranaense, o Furacão não consegue se afirmar e patina quando sai de Curitiba, jogando com equipes tecnicamente bem mais fracas. Sem Jádson, Ivan, Washington, Marinho, Fabiano e, agora, Rogério Correia, negociado com o Shimizu, do Japão, Mior terá que se desdobrar para remontar um time com o que tem nas mãos.
"Tínhamos uma defesa mentalmente montada e, agora, temos que mudar várias coisas. Tínhamos um meio-de-campo e um ataque quase que montado e vamos ter que rever algumas coisas principalmente para a estréia no dia 15", adianta Mior. O próximo jogo da equipe antes do embarque para a Colômbia, contra o Malutrom, na quarta-feira, seria uma oportunidade a mais para testar a equipe da Libertadores, mas não vai dar tempo da documentação de Marín e Maciel estarem prontas, o que dificulta ainda mais o trabalho do treinador. "Vamos ter uma equipe, claro, mas não será uma equipe entrosada como gostaríamos", lamenta.
Com o pouco tempo que resta, a boa notícia é a volta do meia Fernandinho, que estava com a seleção brasileira sub-20. O jogador se reapresenta amanhã e já ganha condição de titular para tentar pôr ordem na casa. "O tempo não é muito. Temos que consertar a defesa. Arrumar o meio-de-campo com a chegada do Fernandinho e vai ficar uma equipe toda modificada" explica. Com tanta gente indo embora e tanta gente chegando, Mior só espera que seu time não seja comparado com o de Levir. "Com duas semanas de trabalho, não vamos imaginar que estejamos com a equipe da temporada passada. Se olharmos, é uma outra equipe, vamos ter que aceitar as críticas, mas temos que trabalhar porque há muito que fazer", finaliza.