O São Paulo ignorou a decisão pelo título do Brasileiro, jogou por si e escalou um importante degrau para chegar à Copa Libertadores. O time mostrou determinação para ganhar de virada do Atlético-MG, na noite desta quinta-feira, no Morumbi, por 4 a 2 em jogo que valeu pelo segundo tempo. A vitória tricolor fez do arquirrival Corinthians, rival do próximo domingo, o campeão brasileiro de 2015.
O Atlético saiu na frente, o São Paulo empatou e levou o segundo sem seguida. Depois, com Rogério vindo do banco inspirada e um gol antológico de Michel Bastos (chapelou o marcador e acertou um sem pulo no ângulo antes de a bola cair, de longe, de cobertura), o time da casa virou.
O importante para o São Paulo era ganhar e se aproximar da Libertadores. Fez isso. Com 56 pontos, passou o Santos, e entrou no G4. O rival da Baixada, que disputa a final da Copa do Brasil, tem 55 pontos e empatou em 1 a 1 com o Flamengo esta noite. O Inter, com 53, estacionou.
Já o Atlético, com a derrota, para em 65 e vê a aproximação do Grêmio, que foi a 62. Os dois disputam a vice-liderança e uma diferença de R$ 2 milhões na premiação. No domingo a equipe de Levir Culpi recebe o Goiás no Independência.
O JOGO – Quem foi ao Morumbi poderia ter chegado apenas no intervalo. Isso pouparia os torcedores de ver um futebol fraco da etapa inicial para um jogo eletrizante e de belos gols no segundo tempo, quando os times se deram conta do caráter decisivo da rodada e correram mais.
Na etapa final o estádio cresceu em ansiedade e o público sabia que do Morumbi poderia sair a definição do campeonato. A torcida e empurrou o time da casa a continuar sonhar com a vaga no G4 e sem Ceni, machucado, gritou o nome de Rogério, o atacante, que entrou bem e ajudou a definir o jogo.
O ex-técnico do São Paulo e atual treinador do México, Juan Carlos Osorio, esteve no Morumbi para uma partida pela primeira vez desde que deixou o cargo, há cerca de 40 dias.
As equipes subiram ao gramado sob chuva forte. A água diminuiu no decorrer do primeiro tempo e as condições melhoraram. Vale destacar a aparência ruim do gramado, prejudicado pela realização de um show no último sábado.
A noite demorou para engrenar. O começo foi pouco empolgante, com ambiente silencioso, embora os são-paulinos claramente gritavam nas arquibancadas para o time ganhar, mesmo que isso ajudasse o Corinthians a ser campeão.
O Atlético-MG começou o jogo com um pouco da postura de quem precisa decidir o título brasileiro. O time adiantou a marcação e tirou a saída de bola do São Paulo.
O posicionamento melhor do vice-líder não se traduziu em oportunidades de gol. As duas equipes fizeram um jogo lento, cheio de passes errados, sem criatividade e nem “pegada”. Os goleiros não foram exigidos.
A superioridade técnica do Atlético-MG fez o São Paulo admitir o papel de azarão. Os contra-ataques foram a aposta. Mas para se ter sucesso nisso, é preciso acertar passes, fundamento bem deficitário.
A lentidão do jogo só mudou a partir dos 12 minutos da etapa final, quando os gols apareceram aos montes. Os times se arriscaram e abriram espaços.
O Atlético-MG avançou e o zagueiro Tiago fez cruzamento certeiro para Luan entrar sozinho na área e tirar de Dênis. A desvantagem fez o São Paulo mexer dois jogadores. A pressão aumentou e um dos substitutos logo igualou. Alan Kardec aproveitou rebote e marcou aos 23 minutos.
A torcida não havia nem sentado após a comemoração e o Atlético-MG já estava de novo em vantagem. Thiago Ribeiro escapou livre e deixou para Dátolo conferir.
O São Paulo não desanimou e passou a dominar o jogo. Michel Bastos fez um gol de placa logo depois, Kardec fez mais um de cabeça e ainda deu tempo para Luis Fabiano marcar de pênalti. A partida acabou, quem diria, com o azarão dominando o vice-líder.
FICHA TÉCNICA:
SÃO PAULO 4 X 2 ATLÉTICO-MG
SÃO PAULO – Dênis; Bruno (Alan Kardec), Rodrigo Caio, Lucão e Carlinhos (Reinaldo); Hudson e Thiago Mendes; Ganso, Michel Bastos e Pato (Rogério); Luis Fabiano. Técnico: Milton Cruz.
ATLÉTICO-MG – Victor; Marcos Rocha, Tiago, Jemerson e Patric; Leandro Donizete, Rafael Carioca, Giovanni Augusto e Dátolo; Luan (Carlos) e Pratto (Thiago Ribeiro). Técnico: Levir Culpi.
GOLS – Luan, aos 11, Alan Kardec, aos 23 e aos 40, Dátolo, aos 25, Michel Bastos, aos 29, e Luis Fabiano, de pênalti – aos 45 minutos do segundo tempo.
ÁRBITRO – Leandro Vuaden (RS).
CARTÃO AMARELO – Não houve.
RENDA – R$ 274.084,00.
PÚBLICO – 18.217 presentes.
LOCAL – Estádio do Morumbi, em São Paulo.