Roger Federer provou estar recuperado de qualquer problema físico ao conquistar neste domingo o Aberto da Austrália após uma final épica contra o espanhol Rafael Nadal em duelo de pouco mais de três horas e meia de duração. A vitória por 3 sets a 2 serviu para calar os críticos e demonstrar que o suíço de 35 anos ainda tem lenha para queimar.
“Ainda há muito tênis em mim”, comentou. “No entanto, se me lesiono e se perco o próximo ano, ninguém sabe o que poderá acontecer”, acrescentou. Federer disputou o Grand Slam australiano após seis meses longe das quadras por conta de um problema no joelho.
A lesão atrapalhou bastante a performance do tenista na temporada passada. Inicialmente, ele ficou fora entre janeiro e abril de 2016. Depois tentou retornar, mas o último torneio que disputou foi Wimbledon, em junho. Recuperado, ele se tornou o primeiro tenista a ganhar cinco títulos de três diferentes Grand Slams. Também quebrou o tabu de faturar um torneio major com mais de 35 anos. O último tenista que havia conseguido tal feito foi Ken Rosewall, quando ganhou o Aberto da Austrália em 1972, aos 37 anos.
“Será difícil de assimilar o que aconteceu. Somente quando chegar na Suíça acho que me darei conta do grande feito que foi. Essa conquista só pode se comparar a Roland Garros em 2009”, comentou Federer.
O triunfo neste domingo também serviu para acabar com um tabu contra Rafael Nadal que durava seis jogos em Grand Slams. A última vitória de Federer em cima do espanhol neste tipo de torneio aconteceu em 2007 na final de Wimbledon. “Rafa definitivamente tem sido um adversário muito particular na minha carreira. Acho que ele me fez um melhor jogador. A maneira com que ele joga comigo é sempre um desafio. Não o vencia na final de um Grand Slam há muito tempo. Então é definitivamente especial”, comemorou o suíço.
A final em Melbourne foi a 35.ª partida entre eles e apenas a 12.ª vitória de Federer. Das nove finais de Grand Slam entre os arquirrivais, são só três títulos para o suíço – as outras vitórias haviam sido em Wimbledon. Considerando todo o circuito profissional, foi o oitavo título de Federer contra seu maior rival, em 22 decisões.
Por tudo isso, Federer minimizou o feito de ter erguido pela 18.ª vez um troféu de Grand Slam. Com o título ele se isolou ainda mais como o tenista que mais venceu esse tipo de torneio. Nadal e Pete Sampras dividem a segunda colocação com 14. “Essa é a menor parte, para ser honesto”, explicou. “Para mim, o mais importante é o retorno, é fazer novamente um jogo épico com Rafa. Fazer isso aqui na Austrália… Ainda consigo fazer isso na minha idade depois de ficar cinco anos sem vencer um Grand Slam”, justificou.
NADAL EXALTA FEDERER – Apesar do histórico positivo em relação ao suíço, Nadal reconheceu a superioridade do adversário no duelo deste domingo. “Roger mereceu a vitória provavelmente mais do que eu”, comentou. “Meu parabéns a Roger, me sinto muito feliz por ele, depois de ficar tanto tempo fora. Ele trabalhou muito e mereceu”.
O vice-campeonato também o animou para o restante da temporada. Nadal, que venceu Roland Garros por nove vezes, acredita que pode ainda evoluir mais quando começarem os torneios no saibro. “Se sou capaz de jogar como agora e ganhar partidas como a que ganhei outro dia (na semifinal, Nadal bateu o búlgaro Grigor Dimitrov em quase cinco horas de partida), posso me recuperar bem como tenho me recuperado”, analisou.
Nadal ainda disse que fazia tempo que ele não conseguia competir em um nível tão alto como foi no Aberto da Austrália. “Só me resta seguir treinando e seguir lutando durante toda a temporada para ter um grande ano e voltar a falar com vocês como campeão”.