O que era especulação na terça-feira, virou fato nesta quarta. O atacante Roger, da Ponte Preta, assinou um pré-contrato com o Botafogo para a temporada de 2017. O caso caiu como uma bomba no Moisés Lucarelli e deve ter uma posição oficial da diretoria, nesta quinta-feira, às 11 horas, na sede do clube. A expectativa é de que o atacante não seja relacionado para o jogo contra o Santos, neste sábado, em Campinas (SP), pela 34.ª rodada do Campeonato Brasileiro.

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Indício disso é que ele não foi autorizado a participar do treinamento desta quarta-feira, no centro de treinamento do Jardim Eulina. As negociações para sua permanência no clube estavam ocorrendo há quase dois meses, o que teria irritado o jogador. Ele recebe R$ 80 mil de salários e estaria pedindo o teto salarial de R$ 120 mil, valor, por coincidência, recebido pelo reserva Wellington Paulista.

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A direção teria chegado aos R$ 100 mil e acreditava que não aparecia outra proposta. E, se isso ocorresse, achava que o jogador apresentaria na mesa de negociações. Isso não ocorreu. O Botafogo ofereceu R$ 150 mil de salários e Roger topou de maneira intempestiva, por estar chateado com o que considerava falta de reconhecimento do clube de coração.

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Assinou um pré-contrato com multa de rescisão correspondente a três meses de salário: R$ 450 mil. Houve precipitação dele, mesmo porque já existiam outras especulações em cima de seu nome como Atlético Mineiro, Grêmio e Internacional. Estes clubes costumam pagar salários médios de até R$ 300 mil para atacantes – Jô, por exemplo, vai receber R$ 350 mil no Corinthians.

Aos 31 anos – completa 32 em janeiro -, Roger foi titular da Ponte Preta no Brasileirão, sendo o vice-artilheiro do time com oito gols em 26 jogos, atrás de William Pottker, com 11. Pela experiência, dentro e fora de campo, ele faz a melhor temporada na carreira. No começo do ano foi artilheiro do Campeonato Paulista, com 11 gols, pelo Red Bull Brasil.

Roger é um dos principais artilheiros do Brasil nesta temporada. O pontepretano tem os mesmos 22 gols que Fred (hoje no Atlético Mineiro) e Rodrigão (hoje no Santos), um a menos que Anselmo (Fortaleza) e Bruno Rangel (Chapecoense). A liderança é de Robinho (Atlético Mineiro), que balançou as redes 24 vezes em 2016. Revelado na própria Ponte Preta, ele voltou ao clube pela terceira vez e totalizou 47 gols.

Natural de Campinas, Roger declara publicamente ser torcedor da equipe, mas vive um caso de amor e ódio com os pontepretanos desde que defendeu o rival Guarani em 2010. Na ocasião, foi obrigado por integrantes da Fúria Independente a vestir a camisa da torcida organizada. Fez seis gols em seis jogos e não vacilou ao se transferir em seguida para o Kashiwa Reysol, do Japão.

O artilheiro tem um extenso currículo, tendo vestido várias camisas tradicionais como do São Paulo, Palmeiras, Sport, Fluminense, Vitória, Guarani, Ceará, Atlético Paranaense, Chapecoense, Bahia, Red Bull Brasil, Al Nasr (Emirados Árabes Unidos), Kashiwa Reysol e Suwon Bluewings (Coreia do Sul).

Após o atrito criado, ele não deve mais vestir a camisa da Ponte Preta nos últimos cinco jogos do Brasileirão. Não vai, portanto, ampliar a sua marca de gols. Ele não atuou diante do Sport, na derrota por 1 a 0, na rodada passada, porque estava suspenso com três cartões amarelos. Voltaria diante do Santos, mas agora deve treinar separado do grupo.