Rodrigo Souto é pego no antidoping durante a Libertadores

O Santos foi notificado nesta terça-feira (24) pela Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) de que foi positivo o resultado do exame de contraprova do volante Rodrigo Souto, colhida após o jogo contra o San José, em Oruro, na Bolívia, no dia 19 de março, pela fase de grupos da Libertadores O volante recebeu a notícia quando participava de um treino físico no campo 3 do CT Rei Pelé, ainda pela manhã, e sua primeira reação foi cobrir o rosto com as mãos e chorar. Depois, amparado pelo massagista Gustavo Calixto, Souto foi levado para os vestiários.

A informação sobre o resultado positivo do primeiro exame foi comunicada há 10 dias ao Santos, que manteve silêncio até a realização da análise da contraprova, o que aconteceu na sexta-feira passada. De acordo com o gerente jurídico do clube, Mário Mello, "parece que a substância encontrada foi cocaína". "Estamos aguardando a notificação oficial sobre o resultado da contraprova. Como temos poucas informações e nem sabemos se o caso será julgado pela Conmebol ou pela Fifa e se o jogador será suspenso preventivamente, ainda não pensamos numa linha de defesa", explicou Mello nesta terça-feira à tarde.

O cartola disse que Rodrigo Souto é seguramente o jogador do Santos que mais fez exames antidoping neste ano. "Foram seis, sete ou oito vezes, não me lembro bem. E nunca deu nada. Numa conversa que tivemos, ele me garantiu que não se lembra de ter comido ou bebido nada de diferente. Vai se saber. De repente ele tomou o tal chá de coca", acrescentou.

Rodrigo Souto sofreu uma enorme frustração em março, quando chegou a ser negociado por seis milhões de euros com o Lokomotiv, de Moscou, se desfez até do apartamento em Santos e, quando se preparava para o embarque, foi informado que os russos desistiram de sua contratação. O Santos ameaçou denunciar o Lokomotiv à Fifa por não respeitar o pré-contrato assinado, mas desistiu da idéia diante da promessa de que no meio do ano as negociações seriam reabertas. E ultimamente o jogador estaria deprimido em razão de uma crise conjugal.

Os últimos casos doping na Libertadores foram informados pela Conmebol em 19 de abril de 2004. Sebastián Eguren, do Nacional do Uruguai, e Adán Vergara, do Cobreloa, foram julgados e suspensos por seis meses de competições organizadas e promovidas pela Sul-Americana, com recomendação para que a respectivas confederações nacionais seguissem a punição. Na urina do primeiro foram detectados traços de cocaína e na do chileno excesso de testosterona.

Agora, a Fifa determina que a punição por doping se estenda para todas as competições, segundo Mello. E anunciou que, a partir do fim do ano, o futebo vai adotar a punição mínima seguida pela Agência Mundial Antidoping, de dois anos.

No Santos, os últimos casos de doping foram os de Michel, em 2002, e Felipe, em 2006. Embora o exame do lateral tenha dado positivo para maconha, o jogador alegou que havia aspirado uma "fumaça estranha" quando participava de uma festa e foi absolvido. O goleiro foi flagrado por consumo de substância mascarante de doping, supostamente para encobrir o uso de alguma droga, mas também não foi punido – embora tenha perdido a vaga na seleção brasileira que disputou o Sul-Americano Sub-20, em janeiro do ano passado.  

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