Ao se chocar contra uma montanha nas proximidades do aeroporto de Rionegro, na Colômbia, o avião que levava a delegação da Chapecoense para a final da Copa Sul-Americana acertou em cheio o coração de milhares de jogadores de todo o Brasil, que perderam amigos, companheiros, rivais.
Rodrigo Pimpão, do Botafogo, perdeu um grande amigo: o meia Arthur Maia. Os dois jogaram juntos no América-RN e se mantiveram próximos. Por isso, o atacante do clube carioca ficou abalado quando soube da notícia.
“O Arthur era um companheiro, frequentava a minha casa. Trocamos até camisa no último jogo. Meu filho e minha esposa ficavam esperando ele acabar o treinamento para dar um abraço. Isso marca e ontem (terça) a minha esposa usou o dia inteiro a camisa dele. Fico imaginando se fosse comigo, o que iria fazer? Pensamos nesses jogadores e nos familiares deles e da imprensa. É triste, um momento difícil”, disse Pimpão.
O atacante defendeu o adiamento da última rodada do Campeonato Brasileiro, que seria disputada no próximo fim de semana. “Sem condições para nós jogadores e para a imprensa. Não existe necessidade. Lógico que temos o nosso planejamento das férias, mas não tive problema em cancelar a minha viagem por um fato desse”, contou.
De acordo com ele, a tragédia com os jogadores do time de Chapecó faz com que os atletas repensem suas vidas. “Às vezes chegamos em casa e falamos para o filho que estamos cansados, que trabalhamos muito. Talvez seja a hora de parar para pensar que um minuto pode ser valioso. É aproveitar cada segundo, deixar celular, tudo de lado… Ontem abdiquei de tudo para estar com ele, levá-lo e buscá-lo na escola. Esse minuto de atenção que temos que focar mais. Querendo ou não eles são nossa energia quando chegamos em casa putos ou felizes.”