A guerra está declarada entre Rodrigo Pessoa e a Federação Eqüestre Internacional(FEI). O cavaleiro, campeão olímpico em Atenas, está disposto a ir às últimas conseqüências – até organizar um movimento para a criação de uma liga independente – para limpar o seu nome depois de ter sido suspenso por quatro meses e meio por doping do cavalo Rufus durante os Jogos de Pequim.
“Eu estou de um lado e a FEI está de outro”, diz o brasileiro que garante ter o apoio de uma maioria esmagadora dos atletas do hipismo de saltos no sentido de que a entidade precisa se modernizar.
A FEI mostrou que não vai aceitar passivamente o fato de o cavaleiro ter obtido na Justiça brasileira uma liminar que permite a participação no Athina Onassis Horse Show, a final do Global Champions Tour, que está sendo disputado na Sociedade Hípica Paulista.
Além de divulgar uma nota oficial reprovando a atitude do cavaleiro e ressaltando que aos olhos da entidade Rodrigo ainda está suspenso, os dirigentes entraram em contato com os organizadores do evento no Brasil pressionando para que Rodrigo não fosse aceito entre os competidores. As maiores cobranças recaíram sobre os árbitros, que são diretamente ligados à FEI.
Nesta quinta o Athina Onassis tem a prova classificatória para a grande final da temporada, com premiação de 900 mil Euros, que será realizada no sábado. Os 25 melhores cavaleiros do circuito participam da disputa, que começa às 15 horas.
Rodrigo Pessoa deve participar. Na quarta-feira estava inscrito para as provas, mas alegou não ter competido para poupar seus cavalos, que por um problema no vôo da Europa para o Brasil só chegaram quarta pela manhã. Rodrigo, no entanto, não poupou a FEI.
“Nunca foi discutido uma revolução com justiça civil passando em cima da FEI. Tem outros casos na justiça civil, com liminar. Não é novidade no hipismo. É preciso fazer algo para o futuro do esporte. A casa da FEI foi construída sobre uma fundação bamba. Agora caiu tudo no chão. Se eles quiserem sentar com a gente e resolver, a gente vai sentar junto. Se não, nós vamos fazer do nosso lado mesmo, como associação independente”, afirmou.