A segunda rodada do Campeonato Brasileiro sugeriu que não haverá tolerância com reclamações de treinadores e que os árbitros serão mais rigorosos. Em dez jogos, foram expulsos mais treinadores (três) do que jogadores (dois).

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Os técnicos Cuca (Palmeiras), Paulo Autuori (Atlético-PR) e Gilson Kleina (Coritiba) foram expulsos por protestar, de formar mais ou menos acintosa, contra a arbitragem. Todos os casos foram relatados nas súmulas dos jogos.

A CBF informou que não houve nenhuma mudança de postura ou novo tipo de orientação para os árbitros sejam mais rigorosos. “O que reafirmamos aos nossos árbitros é que a cruzada pelo respeito precisa continuar, tendo em vista os resultados muito positivos desta iniciativa, como a diminuição do número de faltas e o aumento do tempo de bola em jogo”, disse, por meio de nota, o presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Sérgio Corrêa.

Cuca, técnico do Palmeiras, foi expulso pelo árbitro Leandro Pedro Vuaden (RS) porque gesticulou de “forma acintosa”, segundo a súmula do jogo, dando um soco no ar.

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“A bola vai para o meu defensor, ele dá falta, eu falo que não foi e sou expulso. É fácil justificar o erro assim. Quando eles (árbitros) erram, como o gol que ele anulou mal, eles têm de ser suspensos também. Por que usar o cartão como revólver?”, disse Cuca após a derrota para a Ponte Preta, sábado, por 2 a 1.

Os outros casos relevaram, de acordo com os árbitros, ofensas por parte dos treinadores. Flavio Rodrigues de Souza (SP) relatou que o treinador do Atlético-PR, Paulo Autuori, no empate contra o Atlético-MG, se dirigiu a equipe de arbitragem gritando: ‘Vocês são uns m… Não marcam uma para mim”.

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Já Gilson Kleina, do Coritiba, foi expulso após seu time levar um gol e perder para o Santos no último minuto de jogo, já nos acréscimos. “Você é um f.d.p., vai comemorar agora junto com o Santos”, disse Kleina, segundo a súmula do juiz Ricardo Marques Ribeiro (MG).

Para o ex-árbitro Wilson Luiz Seneme, agora presidente da comissão de arbitragem da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), o critério para expulsar um técnico pode variar de acordo com cada juiz. “Normalmente, primeiro há uma advertência do árbitro e, numa reincidência, chega-se ao extremo, que é expulsar alguém do banco”, afirmou.