Há cinco rodadas, Atlético e Santos travavam uma briga particular pelo título brasileiro de 2004. Travavam. Com a derrota do Rubro-Negro para o Palmeiras e a vitória do São Paulo sobre o Peixe, os dois paulistas somaram pontos importantes e embolaram as finais do Brasileirão. Não apenas São Paulo e Palmeiras, como também o São Caetano, 4.º colocado, e o Juventude, 5.º, vão dar uma pitada a mais nas rodadas finais. Agora, a briga pelo título promete ficar entre seis equipes.
Dos candidatos diretos ao título, o Atlético só não enfrentou o São Caetano, o que acontecerá na antepenúltima rodada. A grande vantagem de evitar confrontos diretos é não enfrentar os times considerados mais capacitados até o momento e assistir de camarote os adversários perderem pontos nos chamados jogos de seis pontos. Mas quem se dará melhor no quesito confrontos diretos é o Palmeiras, que não pega nenhum dos concorrentes nas nove rodadas finais. Santos e o Juventude também têm apenas um confronto direto – o Peixe contra o São Caetano e o Ju contra o São Paulo.
Situação curiosa tem o São Caetano, pois ainda tem que enfrentar os únicos três times que estão à sua frente na tabela: o São Paulo, o Santos e o Atlético-PR (fora de casa). Se vencer os três confrontos diretos, possivelmente fique com o título – ganha nove e tira três de cada concorrente. Em contrapartida, se perder um que seja, o prejuízo será em dobro, já que beneficiará o adversário com três pontos de distanciamento. O São Paulo, além de pegar o Azulão, enfrenta o Juventude no Morumbi, na 42.ª rodada.
Desesperados e mando de campo, perigo a mais
Se por um lado enfrentar concorrentes diretos é uma pedreira, pegar equipes que lutam para não cair pode ser uma faca de dois gumes. Ao passo que pela posição na tabela fique clara a falta de qualidade dos elencos, o desespero pode ser uma grande motivação para a “turma da retaguarda” – leia-se Guarani, Grêmio, Paraná e Botafogo.
Justamente por isso, não dá para dizer se Palmeiras será beneficiado ou prejudicado pelo fato de ter pela frente Botafogo, Grêmio e Guarani.
O Atlético tem dois candidatos à segundona pela frente, o Grêmio e o Botafogo, mas os enfrentará daqui a seis rodadas e no último jogo, respectivamente. São Paulo, São Caetano e Juventude pegam apenas um “desesperado”, enquanto o Santos não pega nenhum.
No aspecto “adversários no limbo” , o Furacão leva a melhor, já que enfrenta cinco equipes que dificilmente estarão na luta por vaga pela Libertadores ou para evitar o rebaixamento. Equipes como Goiás, Inter, Fluminense, Ponte Preta e Vasco devem entrar em campo sem maiores estímulos, quase que apenas para cumprir tabela. Santos, São Paulo, São Caetano e Juventude pegam quatro times nessas condições, e o Palmeiras, apenas três.
Mando de jogo
Na questão mando de jogo, o Atlético e o Santos são os grandes prejudicados dos seis candidatos. Após perderem dois mandos de jogos no STJD, o Furacão e o Peixe jogarão apenas mais duas rodadas das nove restantes nos seus respectivos estádios – a Arena da Baixada e a Vila Belmiro.
São Paulo e Palmeiras terão o apoio da torcida em cinco das nove partidas e o Juventude, em quatro. O São Caetano, teoricamente, também teria mais quatro jogos em casa, só que entre os últimos adversários estarão Santos e Corinthians, que certamente levarão mais torcedores ao Anacleto Campanella que o próprio Azulão.