O Paraná exporta mais um profissional da bola ao futebol do exterior. E a responsabilidade do preparador físico curitibano Robson Gomes, 42 anos, ex-Coritiba, não é das pequenas: ajudar a levar uma seleção acostumada com vitórias em seu continente à Copa do Mundo de 2010.
Robson assume o comando dos pulmões da seleção da Arábia Saudita ainda este mês. A indicação partiu do técnico Hélio dos Anjos, que acaba de deixar o Náutico para uma aventura no maior país árabe e principal produtor de petróleo do mundo, em substituição ao carioca Marcos Paquetá.
Hélio e Robson trabalharam juntos no Avaí, em 1990, e por quatro temporadas (entre 1999 e 2002) no Goiás, onde estabeleceram plano de formar a tradicional ?dobradinha? entre técnico e preparador físico com afinidades profissionais. ?A possibilidade de trabalhar de novo com o Hélio foi a principal razão para aceitar esta proposta?, garante Robson, que deixou o Coxa no final do ano passado.
Engana-se quem imagina uma missão despreocupada – na endinheirada Arábia Saudita, a pressão por bons resultados continentais é considerável. O país disputou as três últimas Copas do Mundo e é o maior vencedor da Copa das Nações da Ásia (equivalente à Copa América para os sul-americanos), com três conquistas, ao lado de Japão e Irã. A fase final da Copa das Nações, aliás, é o primeiro desafio do Robson, em julho deste ano. Os sauditas caíram numa chave dura, ao lado da forte Coréia do Sul, da Indonésia, uma das quatro anfitriãs, e do Bahrein, que por pouco não disputou a Copa da Alemanha. No ano que vem começam as eliminatórias para o Mundial da África do Sul.
Para seguir entre as potências asiáticas, a Arábia Saudita investe muito no futebol, tanto na importação de brasileiros – Telê Santana, Parreira, Luxemburgo e Felipão, entre tantos outros, treinaram clubes do país – quanto em de boa estrutura. ?Foi o segundo fator que me motivou: estar numa seleção nacional, e que oferece a melhor condição possível de trabalho?, conta Robson, que elegeu como terceiro fator a proposta financeira dos árabes.
Mas Robson sabe que a temporada no Oriente Médio será bem distinta das demais vividas em quase duas décadas de carreira. Jogadores esforçados, mas de qualidade técnica apenas mediana, são apenas um dos aspectos desafiadores. ?O planejamento deve ser adequado às características do país. Eles têm os momentos de oração, sua alimentação própria e proibição de treinar em determinados horários. Tudo isso deve ser respeitado?, lembra Robson, que na semana passada comemorou 20 anos de formatura em Educação Física pela Universidade Federal do Paraná. ?Esta empreitada é um belo presente para um curitibano orgulhoso como eu?, comemora.