Há dois anos, no Rio, o boxeador Robson Conceição ganhava a medalha de ouro olímpica. No entanto, se engana quem acha que sua vida mudou. O “Niño de Ouro” que sobe no ringue de Glendale, Arizona, na noite deste sábado, tem o mesmo carro, a mesma casa. De novo, apenas mais reconhecimento no mundo do boxe. “Sei da importância que tenho atualmente no boxe brasileiro, mas isso não é pressão para mim”, disse ao Estado o peso superpena, que vai enfrentar o norte-americano Edgar Cantu.
Aos 29 anos, o baiano tem um projeto preparado com a empresa Top Rank, com a qual tem contrato até 2021. “Quero fazer mais duas lutas este ano e disputar o título mundial no primeiro semestre de 2019.”
Robson Conceição faz parte de uma geração que vem atraindo a atenção do público nacional. “Um título mundial ajudaria, e muito, a recolocar o boxe onde ele merece estar”, diz o pugilista, referindo-se aos irmãos Falcão e Patrick Teixeira, outros em condições de brigar pelo cinturão.
O boxeador mantém suas raízes no treinamento. Todos os dias ele vai à Academia Champion, em Salvador, onde é orientado pelo renomado Luiz Dórea, que cuidou de boa parte da carreira de Popó. “Faço treinos nos Estados Unidos, mas nosso dia a dia na academia é ótimo.”
A cada combate é possível notar evolução na forma de lutar de Robson, que sabe como poucos misturar os ataques na cabeça e no corpo do oponente, além de ter uma noção de distância que o impede de ser castigado no ringue. Seu físico enxuto permite ainda que um ritmo acelerado seja empregado em todos os rounds. “Estou melhor a cada apresentação”, diz.
Robson venceu cinco de suas oito lutas por nocaute. Cantu, de 25 anos, tem sete vitórias, quatro derrotas e dois empates.