Robinho só sai do Santos para jogar na Europa

Santos – É bem provável que o Santos nem receba o portador da proposta da MSI por Robinho, pois esse é um assunto resolvido na Vila Belmiro, conforme garantem o presidente do clube, Marcelo Teixeira, e o procurador do atleta, Wagner Ribeiro: só há a possibilidade de ele sair depois da Copa Libertadores da América. E, mesmo assim, só para um grande clube da Europa.

Em entrevista à Rádio Bandeirantes ontem, Wagner Ribeiro foi taxativo ao dizer que "nem se o Corinthians depositar os US$ 50 milhões da multa rescisória na conta do Santos, o Robinho vai para lá". Ele descartou qualquer possibilidade de o atacante trocar o Santos por qualquer outro clube brasileiro.

Ribeiro comentou também que já houve entendimentos com o Real Madri, mas o clube não tem vaga para atletas extra-comunitários no momento. "Vamos voltar a conversar no meio do ano, mas isso não quer dizer que ele sairá", disse, repetindo as palavras do presidente Marcelo Teixeira ditas na véspera.

Mas as negociações com o Real Madrid podem ter avançado no final do ano, quando Ribeiro esteve na Europa e pode ter negociado a prioridade da aquisição do atleta com o clube espanhol, com liberação prometida para o segundo semestre. Esse fato é desmentido, mas entendimentos desse tipo são sempre mantidos em sigilo. Outra versão é de que ele teria viajado com o objetivo de esclarecer alguns pontos das conversas que havia mantido com dirigentes de clubes europeus.

Da parte do Santos, a palavra de Marcelo Teixeira é a de manter Robinho pelo menos no primeiro semestre. Dias atrás ele chamou o atleta, o procurador Ribeiro e o pai Gilvan Souza para acabar de vez com os novos comentários sobre a saída do jogador com o aumento da vontade do atacante em deixar o país depois do seqüestro da mãe do Atleta, Marina da Silva Souza.

Nesse encontro, mais uma vez Marcelo Teixeira se manteve intransigente e conseguiu contornar a situação com medidas para garantir a segurança do atleta e de seus familiares. Antes disso ele já havia chamado os três para uma reunião em que acertou a prorrogação contratual até janeiro de 2008 e cedeu ao jogador 10% da multa que o clube tem em relação a ele, além de estipular essa mesma multa em US$ 50 milhões para uma eventual rescisão contratual.

Esses 10% foram passados pelo atleta ao procurador Wagner Ribeiro, que, mesmo com o acordo, não interrompeu as negociações com o atleta, tendo assinado com o Benfica documento dando prioridade na aquisição, ressalvando a validade desde que a proposta fosse aceita pelo Santos.

O presidente Marcelo Teixeira se irritou com a continuidade das negociações e o ponto mais crítico foi quando o empresário português José Varandas retornou ao Brasil no começo de dezembro para negociar a transferência do atacante para o Benfica. Varandas nem chegou a ser recebido e foi aconselhado a fazer uma nota desmentindo que estivesse na cidade tratando do caso Robinho, pois Marina Souza ainda estava sendo mantida em cativeiro.

Vontade

A vontade de Robinho, porém, irá prevalecer. Se quiser continuar no Santos, vai continuar sendo o maior salário do clube -em torno de R$ 200 mil por mês – e poderá ser campeão da Libertadores.

Caso queira mesmo sair, a exemplo de Diego, aí terá de prevalecer o bom senso, pois o Santos não poderá se dar ao luxo de manter desmotivada a sua principal estrela.

Nesse caso, o clube teria de negociá-lo, abrindo mão da multa rescisória em nome do bom senso. Se isso acontecer, porém, o Santos irá exigir a devolução dos 10% dos direitos que deu ao jogador para garantir sua permanência na Vila Belmiro, voltando a ficar com 70%, e exigirá o pagamento de sua parte à vista.

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