Vivendo sua primeira tensão pré-Copa do Mundo, o paranaense Roberto Braatz, 42 anos, acabou de receber as chuteiras que irá utilizar na África do Sul. O bandeirinha será o primeiro representante da classe, no Estado, a fazer parte da competição, atuando ao lado do árbitro gaúcho Carlos Eugênio Simon e do assistente, também gaúcho, Altemir Hausmann.
Em Marechal Cândido Rondon, cidade do Oeste do Paraná onde nasceu e vive até hoje, Braatz aguarda com ansiedade pelo dia 2 de junho. “Nesta data, viajaremos direto para Pretória, cidade onde ficarão todos os árbitros e assistentes na África do Sul”, disse.
Dois dias depois, Braatz e árbitros do mundo todo iniciam as atividades físicas e teóricas antes da Copa. A partir do dia 10, eles começam a receber as escalas dos jogos. “Ficaremos em um hotel, praticamente confinados. Sairemos de lá exclusivamente quando for programado pela Fifa”, contou.
Braatz tem a expectativa de atuar em mais de um jogo na Copa. “O que se sabe é que ao menos uma partida todos os trios irão ganhar. No entanto, o comitê designado para o Mundial irá analisar e fazer a escala a partir das seleções que ficarem e do desempenho de cada grupo de arbitragem”, explica. Em tese, se a Seleção Brasileira for mal, o trio brasileiro segue na Copa.
Preparação
Além de passar por testes e preparações na Argentina, Suíça e Ilhas Canárias, Braatz conta que diariamente recebe, via internet, uma plataforma de estudos enviada pela Fifa.
São situações de jogos que servem para orientar árbitros e assistentes. Também via web, semanalmente o paranaense envia relatórios de seu desempenho físico ao comitê de arbitragem da Copa.
Tanto trabalho e dedicação valerá a pena. A estimativa é que os 23 árbitros e os 46 bandeirinha escolhidos para os 64 jogos da Copa ganhem salários superiores ao que foi pago na Alemanha, em 2006.
Há 4 anos, um árbitro ganhou salário de US$ 40 mil (cerca de R$ 77 mil) e um assistente embolsou US$ 20 mil (perto de R$ 38 mil) por atuar no Mundial, independentemente do número de jogos em que atuou.