No reencontro entre River Plate e Cruzeiro na Libertadores, quatro anos depois de o time argentino ter levado a melhor sobre o rival nas quartas de final da edição de 2015 da competição, a equipe mineira sofreu até o lance final, mas conseguiu conquistar um importante empate por 0 a 0 no confronto de ida das oitavas, na noite desta terça-feira, no estádio Monumental de Núñez, em Buenos Aires. A igualdade foi assegurada depois de o atacante Matías Suárez ter desperdiçado um pênalti aos 53 minutos do segundo tempo, no limite dos acréscimos dados pelo juiz.

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Os comandados de Mano Menezes ficaram longe de empolgar a sua torcida na abertura do mata-mata, mas seguraram o 0 a 0 no placar e terão a chance de avançar na competição continental com uma vitória simples na próxima terça, quando voltarão a encarar os atuais campeões continentais, a partir das 19h15, no Mineirão, para avançar à próxima fase.

Há quatro anos, o River foi derrotado por 1 a 0 no primeiro jogo das quartas de final, atuando na capital argentina, mas depois conquistou um surpreendente 3 a 0 para ir às semifinais e seguir rumo ao seu terceiro troféu da Libertadores. Antes disso, na decisão de 1976, o Cruzeiro ficou com o título ao superar a tradicional equipe argentina em um título que só foi definido com a disputa de três jogos entre os times.

O JOGO – Contando com a volta de Thiago Neves, que havia ficado fora das duas partidas anteriores por causa de uma lesão na panturrilha direita, o time cruzeirense atuou de forma muito defensiva no primeiro tempo e ficou postada esperando uma boa chance de aproveitar os contra-ataques.

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Desta forma, a equipe era muito previsível e passou a ser pressionada pelo River, que desperdiçou a sua grande primeira oportunidade de abrir o placar aos 24 minutos, quando Álvares desviou um lançamento com uma cabeçada e deixou Fernández na cara do gol, mas o meio-campista, da pequena área, desviou para fora. Aos 28, Fernández obrigou Fábio a trabalhar em uma cobrança de falta, na qual deu rebote para Palacios, que arriscou a finalização de primeira e também errou o alvo.

Dominante, o time argentino foi obrigado a fazer a sua modificação na escalação aos 32 minutos, quando o zagueiro Pinola, lesionado, deu lugar a Rojas. A troca forçada não alterou o panorama do jogo, com o ataque celeste com Pedro Rocha isolado na frente e pouco incomodando a defesa argentina. Em uma rara chance com o jogador, que estreou nesta Libertadores pela equipe depois de ter sido contratado após a fase de grupos da competição, ele ficou sem ter para quem tocar a bola ao ser acionado pelo lado esquerdo da grande área.

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Do outro lado, o River seguia mais perto do gol, que quase saiu aos 40 minutos, quando Suárez cruzou da direita, a bola desviou em De La Cruz e foi no canto de Fábio, que praticou a defesa novamente. Pouco depois, aos 42, foi a vez de Rojas assustar ao cabecear uma bola por cima da meta após completar um escanteio vindo da esquerda.

Como o Cruzeiro sofria para ter a posse de bola no primeiro tempo, Mano Menezes resolveu promover a entrada do volante Ariel Cabral no lugar do meia Robinho na volta do intervalo e a modificação deu mais volume de jogo ao time. E já no primeiro minuto a equipe chegou a balançar as redes com Marquinhos Gabriel, que recebeu ótimo lançamento, ficou cara a cara com Armani e bateu no canto direito baixo do goleiro. Porém, o auxiliar da arbitragem marcou impedimento e o lance foi revisado pelo VAR. E, como de fato o jogador estava em posição irregular, o gol foi anulado.

O River perdeu força ofensiva e o técnico Marcelo Gallardo sacou Julián Alvarez e colocou, aos 15 minutos, Lucas Pratto, que iniciou o confronto entre os reservas por ter ser liberado para jogar nos últimos dias após se recuperar de lesão. Mano, por sua vez, respondeu em seguida, aos 16, ao sacar o apagado Thiago Neves e colocar o garoto David como nova opção de velocidade no setor ofensivo.

O Cruzeiro, porém, não engrenava e Mano começou a mostrar que ficaria satisfeito com um empate na capital argentina ao tirar Lucas Romero e mandar outro volante em campo, Jadson. E o jogo passou a ficar muito truncado e com poucas emoções. O River só se viu mais perto do gol novamente no fim. Aos 38 minutos, na sua melhor chance, Pratto não soube aproveitar uma saída ruim de Fábio após escanteio batido pela esquerda e, com o gol aberto à sua frente, cabeceou para fora.

Pouco depois, aos 40 minutos, Fábio praticou grande defesa e, no rebote, o River pediu pênalti após um toque da bola no braço de um defensor do Cruzeiro. Mas, após o lance ser revisado pelo VAR, o juiz não assinalou a penalidade. Entretanto, no ataque derradeiro do River, a arbitragem de vídeo constatou que Henrique puxou a camisa de Pratto dentro da área após escanteio batido pela direita e o juiz marcou o pênalti. A torcida fez a festa quando o juiz confirmou a penalidade, mas depois Matías Suárez isolou a bola na cobrança e desperdiçou a grande chance de dar a vitória ao River.

Curiosamente, essa foi a primeira vez que os dois times empataram em uma partida em 15 confrontos travados até hoje. Anteriormente, os cruzeirenses acumularam dez vitórias e a equipe argentina ganhou outros quatro jogos.

FICHA TÉCNICA

RIVER PLATE 0 X 0 CRUZEIRO

RIVER PLATE – Armani; Montiel, Martínez Quarta, Pinola (Rojas) e Angileri; Enzo Pérez; Nacho Fernández, Palacios e De la Cruz (Cristian Ferreira); Julián Alvarez (Lucas Pratto) e Matías Suárez. Técnico: Marcelo Gallardo.

CRUZEIRO – Fábio; Orejuela, Dedé, Léo e Egídio; Henrique e Lucas Romero (Jadson); Robinho (Ariel Cabral), Thiago Neves (David) e Marquinhos Gabriel; Pedro Rocha. Técnico: Mano Menezes.

ÁRBITRO – Julio Bascuñán (CHI).

CARTÕES AMARELOS – Julián Alvarez, Enzo Pérez, De la Cruz (River Plate); David e Léo (Cruzeiro).

PÚBLICO E RENDA – Não disponíveis.

LOCAL – Estádio Monumental de Núñez, em Buenos Aires (ARG).