Rivalidade entre Brasil e Argentina entra na raia

A largada para os VII Jogos Sul-Americanos, na sub-sede Curitiba, será dada na manhã de hoje, quando caiaques e canoas invadem as águas do Parque Náutico do Iguaçu. Além da canoagem, o público curitibano poderá acompanhar de perto as provas de ciclismo, que começam amanhã, no Velódromo do Jardim Botânico, e as competições de ginástica, nas modalidades olímpica (ou artística) e rítmica, cujas disputas estão programadas para o próximo fim de semana, no Ginásio do Tarumã.

As provas de canoagem terão como pano de fundo na briga por medalhas, a rivalidade entre brasileiros e argentinos. Essa disputa particular promete esquentar o clima de inverno que se instalou na capital paranaense. “Eles são nossos grandes adversários”, confessa o técnico da seleção brasileira masculina, Zdzislaw Szubski.

A canoagem traz uma grande expectativas de medalhas para os brasileiros, que nos anos noventa passaram a ter maior expressão no esporte. Um dos responsáveis por essa ascendência é o paranaense Sebastian Cuattrin. “Nós estamos trabalhando juntos desde 94 e a boa sintonia resultou em evolução das marcas. É realmente um atleta especial, que tem boas chances de ganhar o ouro”, diz o treinador. Cuattrin está inscrito em seis provas, duas delas individuais, e a expectativa do treinador é que ele alcance no mínimo dois primeiros lugares.

O atleta concorda com Szubski no que diz respeito à força dos argentinos. “Eles têm atletas de destaque, como Fernando Redondo, Cesar de Cesare, Juan Pablo Bergero, Miguel Correa e Matias Machicote, que treinam na Europa e estão correndo bem”, diz o campeão brasileiro, medalha de prata no K1-1.000 e no K2-1.000 dos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg.

O treinador também está apostando suas fichas no K4 1.000m, que além de Cuattrin terá Guto Campos, Sebastian Szubski e Fábio Demarchi. “Nesta prova, só o ouro interessa”, admite Szubski. A equipe masculina de caiaque conta ainda com Luís Fernando Almeida e Roger Caumo.

Nas provas femininas o Brasil conta com um time formado por Ariela Pinto, Carolina Oliveira, Daniela Simone, Lidiane Santos e Josiane Delay. A maiores esperanças de ouro estão nas provas envolvendo Ariela Pinto, que disputará o K1 e o K2, nos 200m, 500m e 1.000m.

Canoa

Apesar de o Brasil ter a equipe de canoa mais jovem dentre os competidores, a expectativa do técnico Jéfferson Lacerda, é das melhores. “Há três anos estamos com o mesmo grupo e agora os resultados estão aparecendo”, explica o comandante da seleção brasileira, cujos participantes são todos baianos.

Parque Náutico é o melhor da AL

O Parque Náutico Iguaçu é considerado o melhor local para a prática da canoagem em águas calmas da América Latina. Contruído em 1976, o parque ganhou a raia olímpica em 1994, e ocupa uma área de 2,3 milhões metros quadrados. No entanto, a moderna estrutura da torre de cronometragem foi construída no ano passado. A torre está equipada com o equipamento de photofinish, garantindo a exatidão dos tempos obtidos pelos competidores. A última melhoria do local, feita para adequá-lo às melhores raias do mundo, foi a fixação das raias trabalho para a disputa do Sul-Americano.

Com todos estes diferenciais, o local está chamando a atenção de investidores. Ainda esse ano, é bem provável que o polonês Richard Seruga, um dos melhores produtores de caiaques do mundo, instale uma fábrica de barcos em Curitiba.

“É um local excelente para a competição. Com essas condições dadas no Parque Iguaçu, o espaço não interfere de forma negativa do desempenho do atleta, Pelo contrário, facilita o trabalho”, explica o técnico da seleção brasileira de canoagem, Zdislaw Szubski. (GR)

Chuva pode ajudar nosso ciclismo amanhã

Guilherme Voitch

As provas de ciclismo de pista acontecem amanhã no Velódromo Municipal de Curitiba. Mesmo com a proximidade da competição , a maioria das seleções ainda não teve o gostinho de colocar as bicicletas para rodar na pista do Jardim Botânico. “Só nós, o Chile e algumas atletas da Venezuela treinaram”, diz Adir Romeo, técnico da seleção brasileira. Seu companheiro na comissão técnica, Iverson Ladewig, acredita que o contato com o velódromo será fundamental na briga pelo pódio. “A escolha do tipo de transmissão de marchas e do pneu e até mesmo a velocidade numa curva depende do tipo de pista”, explica Ladewig.

Sem dar muita importância para a ambientação, a seleção argentina, que chegou no final da noite de quinta-feira, confia nas suas estrelas para manter a hegemonia do ciclismo sul-americano. O veterano Juan Curuchet, 37 anos, duas vezes campeão mundial, acredita que as medalhas no esporte podem trazer um pouco mais de alegria para o povo argentino.

Ginastas aliam experiência e juventude

A diferença é visível entre a equipe feminina e masculina de ginástica artística. Enquanto as meninas são pequenas e muito jovens, os rapazes já mostram uma maturidade física. A média de idade da seleção masculina que vai competir no VII Jogos Sul-Americanos Brasil 2002 é de 19 anos, enquanto a da feminina é de 16 anos. A diferença poderia ser ainda maior, caso a masculina não contasse com o jovem Victor Rosa, de apenas 15 anos, o mais novo da delegação.

“Esta diferença com relação à equipe feminina acontece porque os exercícios exigidos para os meninos requerem muito mais força e eles somente chegam ao ápice da estrutura física após a puberdade”, explica o treinador da equipe, Leonardo Finco. Mas isso não significa que o trabalho esteja voltado apenas para os mais velhos. O planejamento implantado na seleção masculina, com a chegada do técnico ucraniano Vyatcheslav “Slav” Azymov, inclui o preparo técnico de ginastas mais jovens.

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