Rivalidade à flor da pele no clássico paranaense

O equilíbrio de forças e a troca de provocações dão o tom do primeiro clássico paranaense do Brasileirão-2003. Se o Atlético recuperou-se do tropeço na Copa do Brasil e largou com vitória na competição (2×0 sobre o Grêmio), o Paraná Clube surpreendeu ao arrancar um empate (2×2) com o Santos, na Vila Belmiro. Cuca e Vadão ainda buscam as equipes ideais e adotam postura ofensiva no jogo de hoje – às 17 horas, no Pinheirão – aumentando as expectativas das torcidas e a possibilidade de muitos gols.

Antes de a bola rolar, porém, as atenções estão voltadas para Flávio. O novo goleiro do Paraná estréia justamente diante de seu ex-clube, onde ficou por oito anos e conquistou o título de campeão brasileiro em 2001. Flávio preferiu evitar comentários sobre a sua saída do Rubro-Negro, no fim do ano passado.

A semana foi “quente” com troca de farpas. O meia Adriano, do Atlético, reclamou da virilidade do adversário e sugeriu que o zagueiro Ageu “bate muito”. O capitão tricolor respondeu que sempre “chegou junto”, mas com lealdade, e que não irá mudar seu estilo de jogo.

O jogo é um verdadeiro tira-teima, pois Paraná e Atlético têm absoluto equilíbrio no retrospecto do clássico. Em 53 jogos disputados, foram 23 empates e 15 vitórias para cada lado. O mesmo vale para as partidas disputadas em campeonatos brasileiros: 4 empates e 2 vitórias de tricolores e rubro-negros.

Paraná repleto de estréias

Irapitan Costa

Flávio, Caio e Fernadinho juntam-se a Milton e Renaldo. Os cinco dão novo perfil ao Paraná Clube no clássico desta tarde. Com as alterações, o time do técnico Cuca começa a ganhar corpo, mesmo sem o padrão de jogo ideal – o que só acontecerá lá pela quinta ou sexta rodada, segundo as previsões do treinador paranista. Se o entrosamento não é o ideal, a superação deve compensar. Pelo menos foi o que se viu durante a semana, onde pela primeira vez o elenco trabalhou “solto”, sem pressão.

No ano passado, o “fantasma” do rebaixamento foi um companheiro quase que constante. O fracasso no estadual aumentou a tensão dos atletas e a apreensão da torcida. Para completar o quadro, a estréia era justamente diante do campeão brasileiro, o Santos, e na Vila Belmiro. A atuação convincente, com uma marcação bem postada e alternativas de contragolpes, fez com que a confiança retornasse aos corredores da Vila Capanema. “É sempre melhor corrigir defeitos após um bom resultado”, lembrou Cuca.

E foi isso que ocorreu. Apesar das ausências de Émerson, suspenso, e Dennys, a serviço da seleção brasileira sub-18 (além de Waldir, que também cumpre automática), os treinamentos foram animadores. Caio mostrou eficiência no setor ofensivo, sendo um articulador nato e apresentando muita velocidade e habilidade nos dribles. Fernandinho só teve a sua presença confirmada ontem pela manhã. Até então, Cuca mantivera um certo suspense, acenando com a possibilidade de utilizar César Romero nesta função. Na essência, o Tricolor fica mais ofensivo com o meia que foi destaque do futebol catarinense jogando pelo Caxias de Joinville.

Caio e Fernandinho também irão auxiliar na marcação, mas a prioridade é o ataque. “Jogamos em casa e temos que ter o controle das ações”, lembrou Cuca. “É importante que o grupo tenha conhecimento desta nossa proposta ofensiva”. O técnico também ganhou com a dupla maior eficiência nos lances de bola parada.

Para equilibrar esta postura agressiva, o Paraná conta com a segurança do goleiro Flávio. Mesmo sem jogar desde o ano passado, ele mostrou estar com os reflexos em dia e pronto para segurar o ataque rubro-negro.

Atlético com criatividade

Rodrigo Sell

É mais um clássico na vida do Atlético, mas a partida diante do Paraná Clube é mais importante para a confirmação da boa fase. Após boas apresentações diante de Sport e Grêmio, a equipe do técnico Osvaldo Alvarez está buscando o equilíbrio necessário para deslanchar no campeonato brasileiro e mais uma vitória traria a tranqüilidade necessária para consolidar a reformulação que o time vem passando. Apesar de ninguém falar em favoritismo, a confiança é grande e o bom entrosamento que o Rubro-Negro vem mostrando poderá ser o diferencial para a equipe da Baixada.

“Sem menosprezar a equipe do Paraná Clube, que está em formação, mas que estreou bem, nós só estamos pensando em jogar bem e, no decorrer de uma boa apresentação nossa, a vitória irá ocorrer”, acredita o zagueiro Ígor. Segundo ele, mesmo com sua equipe estando há mais tempo atuando junta e mais entrosada, o Atlético não vai levar grande vantagem. “Em clássico você não aponta favoritismo para ninguém porque clássico mexe com muitas emoções e uma equipe que não está bem no campeonato pode se reerguer diante do adversário”, explica.

Para não deixar o adversário se aproveitar do fato de jogar em casa, a arma de Vadão será a manutenção da mesma base que vem jogando, sem fazer nenhuma surpresa. “Clássico não tem o que falar. O que nós temos que pensar é que nós vamos entrar com a formação normal, taticamente, e, no decorrer do jogo, nós vamos ver o que poderemos alterar na equipe para melhorar ainda mais”, diz o treinador.

Com isso, a única novidade do time em relação à estréia contra o Grêmio será o retorno de Cocito, após se recuperar de uma contusão no músculo adutor da coxa esquerda. O jogador ainda poderia ficar de fora devido a uma negociação entre o Atlético e Corinthians, mas essa conversa deverá ficar para a próxima semana. No entanto, o lateral-direito Alessandro ainda preocupa para a partida. Mesmo tendo treinado normalmente ontem no CT do Caju, o atleta espera se recuperar totalmente de uma joelhada que levou nas costas na partida contra os gaúchos. Caso volte a sentir a contusão, o substituto será David.

CAMPEONATO BRASILEIRO – 2ª RODADA

PARANÁ CLUBE x ATLÉTICO

PARANÁ:

Flávio; Milton, Cristiano Ávalos, Ageu e Fabinho; Fernando Miguel, Goiano, Fernandinho e Marquinhos; Caio e Renaldo. Técnico: Cuca.

ATLÉTICO:

Diego; Alessandro (David), Ígor, Rogério Correia e Ivan; Cocito, Rodrigo, Fabrício e Adriano; Ilan e Dagoberto. Técnico: Osvaldo Alvarez.

SÚMULA
Local:

Pinheirão (Curitiba).
Horário: 17h.
Árbitro: Paulo César de Oliveira (Fifa-SP).
Assistentes: Roberto Braatz (PR) e Gílson Pereira (PR).

***

– Os ingressos para Paraná e Atlético têm os seguintes preços: cadeiras, R$ 40,00; cadeiras para sócios e torcedores com a camisa do Paraná, R$ 20,00; arquibancada, R$ 15,00; arquibancada para sócios, mulheres, menores, estudantes e torcedores com a camisa tricolor, R$ 10,00; setor Pais-e-Filhos, R$ 10,00.

– Os portões serão abertos às 14 horas, por orientação da Polícia Militar, e não serão permitidas camisas de torcidas organizadas dos dois clubes.

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