Rio inicia obra de velódromo para os Jogos Olímpicos

Com quatro meses de atraso desde o último prazo divulgado, começou nos últimos dias a construção do velódromo que vai abrigar as provas de ciclismo em pista nos Jogos Olímpicos do Rio/2016. Localizada no Parque Olímpico, a estrutura tem orçamento previsto em R$ 136,9 milhões, praticamente 10 vezes mais do que custou o velódromo dos Jogos Pan-Americanos de 2007.

A antiga pista, construída exclusivamente para o Pan ao custo de R$ 14,1 milhões, porém, não recebeu homologação da UCI (União Ciclística Internacional) por ter um grau de inclinação diferente do exigido para os Jogos Olímpicos e por ter pilares que atrapalhavam a visão do público.

Assim, a pista do Pan foi desmontada no ano passado e segue estocada enquanto aguarda a prefeitura de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, concluir licitação para transportar os contêineres com o velódromo. Goiânia, que deveria receber a estrutura, acabou por recusá-la por conta dos custos de montagem e manutenção.

Já o velódromo olímpico está sendo construído pela Tecnosolo Serviços de Engenharia S.A., vencedora da licitação realizada pela prefeitura, através da Empresa Municipal de Urbanização (RioUrbe) e da Empresa Olímpica Municipal (EOM), com apoio do Ministério do Esporte, que repassará à prefeitura do Rio os R$ 136,9 milhões para a obra, além de R$ 7,2 milhões para o custeio de operação por 23 meses.

O terreno onde ficará a estrutura é da prefeitura, enquanto a União arcará com o investimento para a construção do velódromo e das outras três instalações do Parque Olímpico que não fazem parte da Parceria Público-Privada (PPP): Centro de Tênis, Centro Aquático, Arena de Handebol.

Ao contrário de outras instalações do Parque Olímpico, o velódromo será permanente, com capacidade para 5 mil lugares fixos e 800 provisórios. A arena de ciclismo também permitirá mudança de configuração para abrigar outros esportes eventualmente.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, em entrevista em agosto de 2012, garantia que não iria demolir o antigo velódromo. “Podem vir com todo argumento técnico possível do mundo para mim que não vai demolir. Porque é um simbolismo muito ruim começarmos nossa Olimpíada dizendo que uma coisa que teve investimento público será demolida”, disse ele na época.

Ainda segundo o prefeito, manter o prédio antigo preservaria os R$ 14 milhões e evitaria o gasto adicional de R$ 10 milhões, a diferença entre reformar o velho e erguer o novo. “Dá para construir umas quatro escolas na cidade”, discursava, na ocasião, Eduardo Paes.

Mas, apenas três meses depois, Eduardo Paes mudou de postura e decretou que o velódromo do Pan seria destruído, alegando que o trabalho para reformá-lo seria superior ao gasto extra.

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