Se dentro de campo o Rio Branco se prepara para enfrentar o Atlético, no próximo domingo, em busca da classificação à semifinal do Estadual 2007, extra-campo todos os dias chegam a Paranaguá notícias de que a equipe pode ser eliminada da competição pelo suposto uso de jogadores irregulares. Entretanto, a diretoria do clube está tranqüila em relação a mais esse problema e informou que até a tarde de quinta-feira ainda não havia sido notificada judicialmente pelo Tribunal de Justiça Desportiva do Estado. Entretanto, para se resguardar, anteontem seus dirigentes se reuniram com o presidente da Federação Paranaense de Futebol, Onaireves Moura, em busca de subsídios que pudessem comprovar que o time parnanguara não está ameaçado de perder mais uma briga judicial.
A fase do Leão da Estradinha na Justiça Desportiva não anda boa. Desclassificado da Copa do Brasil por decisão unânime do pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, quando estava a um passo da 3.ª fase da competição, o time parnanguara retorna ao judiciário às 19h da próxima terça-feira. Nesse dia, a 3.ª Comissão Disciplinar do TJD-PR analisará a queixa formulada pelo J. Malucelli que solicita a desclassificação do Leão do Paranaense. O pedido está baseado exatamente no resultado do julgamento do STJD e também na acusação da CBF de que o Rio Branco utilizou, na Copa do Brasil, jogadores que não estavam devidamente registrados no Boletim Informativo Diário (BID), ou seja, sem condições de jogo. Pelo posicionamento do Jotinha, se os jogadores do Leão estavam irregulares na Copa do Brasil, também estão no Paranaense. Para a FPF ?a queixa do J. Malucelli não tem fundamento, pois para o Estadual vale a carteirinha fornecida pelo Departamento de Registros da Federação?.
?Legalmente fomos roubados?
Sobre o ?inferno astral? pelo qual passa o Leão da Estradinha, exatamente numa fase importantíssima do Estadual, o Paraná-Online conversou com o vice-presidente do clube, Carlos Roberto Frizoli.
Tribuna: Problemas envolvendo o clube na Justiça Desportiva pelo uso de jogadores irregulares, um atrito entre o técnico e o diretor de futebol da equipe. Qual a explicação para tantos problemas em tão pouco tempo?
Carlos Roberto Frizoli: Entre o Saulo e o Bezerra não acoteceram problemas. Se existissem, seriam resolvidos internamente. Já sobre a acusação do uso de jogadores irregulares pelo Rio Branco, só posso lamentar a nossa desclassificação e acreditar que fomos ?roubados?.
Paraná-Online: Como assim?
Frizoli: Ocorreu todo aquele problema de protocolo envolvendo a documentação do clube na CBF e FPF, que foi explicado pelo Domingos Moro (advogado) e todos sabem. Mas fomos inocentados numa primeira instância e depois (recurso) excluídos da Copa do Brasil. Há interesses maiores por trás dessa decisão, talvez acertos políticos, mas não temos como provar.
Paraná-Online: Faltou apoio da FPF nessa questão ou o Paraná está sem ?peso? político?
Frizoli: Não creio que faltou apoio. Sobre o peso político, o Paraná tem procuradores no STJD.
Paraná-Online: A diretoria de alguma forma se acha responsável por esses problemas extra-campo?
Frizoli: De certa forma sim. Não podemos fugir da nossa responsabilidade. Mas politicamente fomos derrotados e legalmente fomos roubados.
Paraná-Online: Os prejuízos com a desclassificação da Copa do Brasil ficaram em torno de R$ 300 mil, fora a imagem do clube que seria projetada nacionalmente e isso não tem preço. O clube vai buscar ressarcimento na Justiça?
Frizoli: Sim, vamos entrar na Justiça pedindo indenização. Não podemos arcar com um prejuízo desses. Alguém não está falando a verdade, CBF ou FPF. Vamos interpelá-los judicialmente e saber quem está mentindo: departamento de registros da CBF ou da Federação.
Paraná-Online: E sobre a acusação do J. Malucelli que quer a vaga do Rio Branco no Estadual?
Frizoli: Ainda não fomos intimados. Não conheço ainda o teor da queixa do Malucelli. Se for porquê os nome de jogadores não aparecem no BID, teríamos de começar o campeonato de novo. Vão ter irregularidades em quase todas as 16 equipes do Estadual. Entre no BID e confira. Mas não cabe a mim julgar.
Paraná-Online: Na reunião que o senhor participou junto à FPF, o Onaireves afirmou que o que vale no Paranaense, como registro, é a carteirinha do jogador…
Frizoli: Tenho que acreditar na palavra do presidente (da FPF). Não é possível que a carteirinha emitida pela Federação não valha pra nada.
Paraná-Online: E sobre a briga entre FPF e clubes para sediar jogos da Copa de 2014, caso ela ocorra no Paraná. Qual a posição do Rio Branco?
Frizoli: É inaceitável que o Paraná não faça parte de um projeto como esse. É a quinta economia do País. Mas acredito que a discussão, agora, tem que ter outro foco. Não devemos discutir onde vão ocorrer os jogos, mas centralizar forças para trazer a disputa para o Paraná. Depois de concretizada essa etapa, a briga fica aqui na colônia, não é mesmo…