Rio – Com entusiasmo e esperança, o Rio apresentou ontem o esboço de seu projeto de candidatura para ser a sede dos Jogos Olímpicos de 2012. Para o Comitê Olímpico Brasileiro, o principal trunfo do projeto é o fato de realizar todas as disputas dos Jogos dentro da cidade, em um raio de 26 quilômetros, e seu custo de cerca de US$ 2,05 bilhões.
A candidatura carioca terá por base o plano para a realização dos Jogos Pan-Americanos de 2007. Mas mudanças significativas em relação ao evento continental foram acrescentadas. Por exemplo, as construções de um novo Estádio Olímpico com capacidade para 80 mil pessoas, dentro do Complexo do Autódromo Internacional Nelson Piquet, e de uma nova Vila Olímpica, esta no terreno da antiga Cidade do Rock, onde ocorreu a terceira edição do Rock In Rio, ambas na Barra da Tijuca.
Para ser a sede dos Jogos, o Comitê Organizador da candidatura do Rio vai gastar US$ 23,3 milhões na campanha. O dinheiro sairá dos cofres públicos, já que serão US$ 14 milhões em espécie investidos pela prefeitura e US$ 9,3 milhões em serviços e alocação de pessoal dos três níveis de governo (municipal, estadual e federal).
Os custos para a realização dos Jogos Olímpicos do Rio, em 2012, foram orçados em US$ 2,05 bilhões. Desse total, o Comitê Olímpico Internacional (COI) participará com US$ 1,02 bilhão e o comitê organizador, poder público e a iniciativa privada entrarão com US$ 985 milhões.
Também serão feitos investimentos, que não são contabilizados pelo comitê organizador como custos de realização dos Jogos, de US$ 4,76 bilhão, divididos em obras de infra-estrutura (US$ 3,7 bilhões), instalações esportivas (US$ 400 milhões) construções de Vilas Olímpicas e de Mídia (US$ 360 milhões), além de melhorias ambientais (US$ 300 milhões). Esses valores virão do poder público e iniciativa privada.
Em cerimônia organizada na Escola Naval, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) mais uma vez se esforçou para mostrar que a candidatura carioca é uma “briga” do País e do continente sul-americano. Diversas autoridades estiveram presentes ao local. O vice-presidente do Brasil, José Alencar, representando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, enfatizou o compromisso do governo federal com o projeto carioca.
Sob o lema “Uma vila, uma cidade, um mundo” o Rio entregou nesta quinta-feira o questionário de 25 perguntas, referentes a primeira fase de seleção ao Comitê Olímpico Internacional (COI), que discorreu sobre os planos para ser a sede dos Jogos Olímpicos de 2012. Agora, a entidade internacional o analisará junto com os projetos das demais oito cidades concorrentes (Paris, Londres, Madri, Nova Iorque, Moscou, Leipzig, Havana e Istambul) e no dia 18 de maio informará quais prosseguirão na disputa. A escolha da cidade ocorrerá em 6 de julho de 2005, em Cingapura.
No documento enviado ao COI foram anexadas cartas de Lula, da governadora do Rio, Rosinha Garotinho, e do prefeito da capital Cesar Maia, além das garantias necessárias para a realização dos Jogos no Brasil. Ao se dirigir informalmente por carta ao presidente do COI, Jacques Rogge, o presidente do País escreveu. “Nós acreditamos na força do Esporte como motivação para um mundo mais solidário, participativo e integrado.”
Apoio
Para fazer elaborar o plano de candidatura do Rio, o COB e a prefeitura contrataram duas empresas de consultorias internacionais: a MI Associates e a Intelligent Risks Pty.
A MI Associates é presidida por Jim Sloman, que foi o chefe Executivo e de Operações do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Sydney. A Olimpíada da Austrália foi considerada a melhor edição de todos os tempos e serviu de base para a elaboração do projeto carioca.
Já a Intelligent Risks é dirigida por Neil Fergus, responsável pela segurança nos Jogos de Sydney. A empresa conta com uma equipe experiente em organização de grandes eventos e auxiliou na elaboração dos itens pertinentes à segurança.