São Paulo – A cabeçada certeira de Rincón, aos 48 minutos do segundo tempo, deu a vitória ao Corinthians, ontem à tarde, sobre o Paysandu, por 2 a 1. Mas, além de o adversário àquela altura estar com dois jogadores a menos em campo (Selmir e Lecheva haviam sido expulsos), o gol só surgiu porque a velha raça corintiana não morreu. Mas o futebol continua o mesmo: passou longe do Pacaembu.
Houve até uma involução do Corinthians em relação ao jogo anterior, a derrota para a Ponte Preta, quando, ao menos no primeiro tempo, com Piá organizando o meio de campo, houve algumas boas jogadas e um certo ritmo de jogo. Ontem, não: Rodrigo, Fabinho e Fabrício não conseguiam parar a bola e pensar para armar jogadas.
Em conseqüência, os “lançamentos” eram feitos pelos zagueiros, como tem acontecido ultimamente, e a bola não chegava até Jô e Gil.
A sorte do Corinthians é que o Paysandu era ainda pior nesse aspecto e não conseguia armar um contra-ataque que prestasse. Sendo assim, só uma bola parada poderia ameaçar as defesas. E foi na cobrança de um escanteio pela direita, por Rogério, que Anderson subiu mais que os zagueiros e cabeceou para o chão, sem chance para o goleiro Paulo Musse, aos 10 minutos.
Com o gol, o Paysandu teria de sair, o que daria ao Corinthians boas chances de aumentar o marcador. Mas não foi o que aconteceu. As poucas chances criadas não eram concluídas ou iam para fora.
Para piorar as coisas, as bolas levantadas na área corintiana eram sempre um desespero para a torcida. Em uma delas, aos 14 minutos do segundo tempo, Rogério Belém, de puxada, fez o gol de empate.
Então, foi o desespero total, mesmo com as duas expulsões no time adversário. O Corinthians ficava com a bola e não sabia o que fazer com ela. Como último recurso, no finzinho, começou a levantar bolas sobre a área adversária. Até a cabeçada salvadora de Rincón. Um prêmio ao esforço, à raça do time. Mas, certamente não ao futebol.
Ficha técnica:
Corinthians: Fábio Costa, Rogério (Coelho), Anderson, Valdson e Renato; Rincón, Fabinho (Rosinei), Fabrício e Rodrigo (Wilson); Jô e Gil. Técnico: Oswaldo de Oliveira.
Paysandu: Paulo Musse, Júlio Santos, Flávio Tanajura, Alex Pinho e Rogério Souza (Lecheva); Sandro, Bebeto Campos, Jobson e Rogério Belém (Marcelo Paraná); Luís Fernando e Selmir. Técnico – Artur Neto.
Gols: Anderson, aos 10 minutos do 1.º tempo; Rogério Belém, aos 14 e Rincón, aos 48 minutos do 2.º