Rio – Em assembléia geral realizada ontem, dirigentes das 27 federações estaduais de futebol decidiram aumentar de quatro para sete anos o mandato do próximo presidente da CBF, que será eleito no ano que vem. Embora não tenha antecipado nada a respeito, Ricardo Teixeira continuará como o candidato oficial da entidade. Ele garantiria assim sua presença no cargo até depois da Copa do Mundo de 2014 – está no quinto mandato consecutivo e comanda a CBF desde 1989.
A proposta foi levada à assembléia, realizada num hotel do Rio, pelas federações e aprovada por unanimidade.
A direção da CBF comemorou a medida por um motivo: a extensão do próximo mandato evitaria pressões políticas de governos estaduais e municipais sobre as federações e a CBF para que determinado estado fosse incluído na relação das sedes dos jogos da Copa de 2014, caso ela seja realmente confirmada para o Brasil.
A Fifa já antecipou que o Mundial de 2014 vai ser disputado na América do Sul, conforme rodízio estabelecido pela entidade logo após a Copa de 2002. ?Não é prorrogação de mandato. O novo estatuto está sendo aprovado para facilitar o projeto do Mundial de 2014. Precisamos dar garantia definitiva à Fifa de que a estrutura iniciada em 2008 para trazer a Copa para o Brasil seja a mesma até o ano da competição?, afirmou Ricardo Teixeira.
O presidente da Federação Paulista de Futebol, Marco Polo del Nero, disse que a mudança ?foi justa? e evitará ?problemas desnecessários? ao longo do processo que poderá confirmar a realização da Copa de 2014 no Brasil. ?Decidimos que se houver algum revés e o Mundial não for disputado no Brasil, tudo volta a ser como antes (o mandato do presidente eleito em 2007 passaria de novo a ser de quatro anos).?
Del Nero e outros nove presidentes de federações foram sorteados com passagens para a Copa da Alemanha, durante a assembléia. Mas o dirigente paulista abriu mão do brinde. ?Deixei para outra federação com mais dificuldades?, justificou.
O presidente do Clube dos 13, Fábio Koff, disse que a extensão do mandato, para viabilizar o Mundial no Brasil, ?pode ser algo positivo?.
Lucro
A CBF liberou ontem o balanço da entidade em 2005. Ela teve lucro de R$ 1,979 milhão.
FPF ganha vaga na Alemanha
Carlos Simom
A Federação Paranaense de Futebol vai marcar presença na Copa do Mundo. A entidade que comanda o futebol local ganhou uma das dez vagas no ?pacote? que a CBF sorteia a cada Mundial para agradar as federações estaduais, suas eleitoras. Resta saber quem vai curtir a mordomia, já que o presidente da FPF, Onaireves Moura, está preso há mais de um mês.
O comandante em exercício da entidade, Aluizio Ferreira, disse que a escolha do representante oficial do Paraná na Alemanha ainda não foi discutida. ?Já soubemos do prêmio, mas vamos esperar o convite oficial da CBF?, disse Aluizio, que é o quarto presidente da FPF em pouco mais de um mês – depois da prisão de Moura, em 13 de março, já assumiram interinamente o cargo os vices Jorge Dib Sobrinho e Lino Roberto Soares Rodrigues.
Aluizio diz que a FPF espera a libertação de Moura para os próximos dias. ?Ele só deixa o cargo se for condenado, mas o julgamento em última instância deve ocorrer só em três ou quatro anos?, falou, antes de elogiar o cartola preso sob acusação de sonegação fiscal, falsidade ideológica e formação de quadrilha. ?Para mim, amigo não tem defeito. Ele sempre foi muito bom para o futebol de minha região?, disse Ferreira, ex-presidente da liga de futebol amador de Ponta Grossa. As dezenas de ligas do interior, cujos votos têm o mesmo peso de Paraná, Atlético e Coritiba, são tradicionais eleitores de Moura.
O julgamento do habeas corpus impetrado pela defesa de Moura no Tribunal Regional Federal da 4.ª região acontece no próximo dia 27.
