Um dos grandes responsáveis pela conquista do título da Série B do Campeonato Brasileiro de 1995 e das boas campanhas realizadas pelo Atlético nas competições na temporada seguinte, o goleiro Ricardo Pinto lembra-se emocionado dos jogos realizados na Baixada. Além da proximidade do torcedor com o campo de jogo e do bafo na nuca dos adversários, o ex-goleiro atleticano, que hoje tenta emplacar na carreira de treinador de futebol, salientou que a integração entre o time atleticano, a diretoria e o torcedor criou uma mística nas partidas dentro do Joaquim Américo que tornou o Furacão, nas temporadas de 95 e 96, praticamente imbatível atuando em seus domínios.

continua após a publicidade

“Nós fizemos a diferença naqueles anos. Ganhamos praticamente todos os jogos dentro de casa em 1995 e isso foi o fiel da balança para conquistarmos o título da Série B e o acesso para a Primeira Divisão. Conseguíamos garantir os três pontos em casa e, fora de casa, buscávamos sempre pontuar. Houve uma integração muito grande entre diretoria, jogadores e a torcida. Criou-se então uma mística nas partidas na Baixada. Os adversários sabiam que ali era difícil jogar. A torcida inflamava a todos e fez com que haja uma força interior maior de cada jogador nas partidas”, lembrou o ex-goleiro atleticano.

Ricardo Pinto destacou também que, na Baixada, o apoio maciço do torcedor atleticano e o clima criado nas partidas dentro da casa rubro-negra obrigava a equipe a se doar ainda mais nas partidas. “Não tínhamos essa coisa magnífica que virou a Arena da Baixada. Mas tínhamos uma coisa muito importante, que era o fato de que lá dentro, com todo o apoio do torcedor atleticano, nós tínhamos que fazer algo diferente e nos doar ainda mais. Haja vista que ganhamos de grandes adversários nesses anos e fizemos jogos memoráveis. Criamos essa força muito grande e essa condição de que dentro da Baixada não tinha conversa, pois os três pontos eram nossos”, recordou.

Nas temporadas de 1995 e 1996, o Atlético fez 57 partidas na Baixada e saiu vitorioso em 43 oportunidades. De tantos jogos e grandes conquistas, alguns duelos dentro do Joaquim Américo ficaram marcados na memória de Ricardo Pinto. O ex-goleiro rubro-negro não se esquece da conquista do título brasileiro da Série B de 1995, de um duelo contra o Grêmio, pela Copa do Brasil, em 1996 e de um clássico Atletiba vencido pelo Furacão nos minutos finais de jogo.

continua após a publicidade

“Tive vários jogos importantes, mas alguns ficaram marcados. Contra o Central, de Caruaru, quando fomos campeões da Série B, em 95, ficou marcado. Contra o Grêmio, pela Copa do Brasil, fiz uma das maiores defesas da minha vida na partida realizada na Baixada. E por fim um clássico contra o Coritiba. O jogo estava 0x0 até o final e a torcida tirando onda com o Oséas gritando o nome dele. E aos 46 minutos o Oséas fez o gol da vitória, que foi muito importante para nós naquela oportunidade”, cravou.

Sem ter o gosto de ter jogado na nova Arena da Baixada, inaugurada em 1999, Ricardo Pinto prevê um futuro brilhante do Atlético no futuro. O ex-goleiro atleticano frisou que há uma relação de amor entre o estádio e o torcedor e que, em breve, o Furacão deve alcançar patamares maiores dentro do futebol brasileiro, sul-americano e até mundial.

continua após a publicidade

“Não senti o gosto de jogar profissionalmente na Arena. A Baixada é diferença da Arena do Grêmio, do Internacional e até do Maracanã. Ali é um caso de amor muito especial e de muito carinho do torcedor com o estádio, sabendo que aquilo ali é dele. Acredito que com esse novo estádio, o Atlético chegará a um patamar muito alto e com certeza alcançará o título do brasileiro, da libertadores e até do Mundial de clubes”, arrematou Ricardo Pinto.