Num misto de treinador e psicólogo, Ricardo Pinto está, como ele mesmo diz, curando as cicatrizes do Paraná Clube. Com duas vitórias -uma pela Copa do Brasil e outra pelo Estadual -, ele não vende ilusões.

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Avalia que a recuperação tricolor tem de ser pensada jogo a jogo e traça como objetivo principal livrar a equipe do rebaixamento. O cálculo é um só: 7 vitórias em 12 jogos.

O técnico ainda acha que o Paraná precisa melhorar muito, mas não fala em reforços para não abalar a autoestima do grupo, como conta nesta entrevista exclusiva.

Confira:

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Como você encara esse início de 2.º turno do Paranaense?

A expectativa é a melhor possível, pois a gente saiu das cinzas com duas vitórias importantes em dois jogos. Com isso, mais importante que a vitória está sendo reconquistar a alegria de jogar bola e entrar em campo pelo Paraná Clube. É isso que está nos dando motivação

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Pretende criar algo de novo no time com a estreia do Kerlon?

O Kerlon ainda está entregue ao departamento de preparação física do clube. Está sendo trabalhado pela comissão técnica pra poder ter uma boa condição de jogo, ao invés de entrar uma partida e ficar duas ou três fora, por exemplo.

Ainda não recebi uma posição sobre quando o Kerlon poderá estrear e só depois poderei falar nisso. Mas com ele em campo teremos um grande jogador, uma figura conhecida, que é o que estamos buscando no momento.

Um dos seus trabalhos para motivar os jogadores foi a realização de uma palestra com o ultramaratonista Rafael Bonatto. Pretende dar continuidade?

Na verdade, em todo lugar que eu trabalhei sempre usei esse tipo de artifício. Eu acredito muito nele e dava resultado quando eu jogava. O Rafael Bonatto é um amigo meu, extremamente vitorioso e que superou dificuldades pra conquistar objetivos. Com certeza, independentemente de tudo, pretendo continuar essa parte emotiva para que a gente possa tirar o máximo de cada jogador.

Ainda aguarda reforços?

Eu prometi à diretoria que não falaria nesse tema. Aguardo o trabalho da diretoria, a resposta da diretoria. Eles sabem o que eu penso e têm ideia total do que eu preciso. Deixo nas mãos deles a execução desse plano de contratação.

Tem algum setor do campo que precisa de ajustes?

Não estamos totalmente recuperados. Todos os setores precisam de ajustes, melhorias, atenção e recuperação. Desde que cheguei não tive dificuldade ainda, só vitoria.

O estado de alerta persiste. Temos que ter atenção total em tudo que se fala e se ouve pra fechar as cicatrizes, para aí sim ter total alegria de vestir a camisa do Paraná e partir pra cima dos adversários.

Uma hora ou outra teremos mais dificuldades e teremos que superá-las. Essa superação é o que eu busco e o que me alegra muito. Temos que melhorar todos os setores. Melhorar saída de bola, bola parada, marcação na bola aérea, repetição de tudo.

Qual sua avaliação desse início de trabalhos no Paraná Clube?

Encontrei um elenco de qualidade. A estrutura do Paraná, no sentido de material e comissão técnica, é grandiosa. Encontrei uma comissão de braços abertos e muito moderna.

Um exemplo bom que encontrei no clube é o do sistema de exames, que nos dá uma posição sobre o nível de desgaste de cada atleta 48 horas depois dos jogos – se pode treinar, se tem que repousar.

Bom, posso te dizer que estou muito feliz no Paraná. Estamos trabalhando em um clube grande, como eu não tinha feito ainda. Nossa atitude é de tomar uma dimensão maior. Trabalhando no sentido de estar em um, grande time.

Já pensa em algo mais no Estadual e na Copa do Brasil?

Penso apenas no agora e ainda não estou pensando em Copa do Brasil. Estamos focados no jogo contra o Corinthians. Vamos ver o vídeo-tape dos jogos deles e pegar as informações todas, assim como estão fazendo da gente.

Temos que pensar exclusivamente nesse primeiro jogo do returno, pra diminuir cada vez mais o montante em relação à nossa meta de sete vitórias em 12 jogos, pra escapar do rebaixamento.