Alheio à disputa jurídica entre a Portuguesa e o Santos, Ricardo Oliveira passou pelo CT Rei Pelé para se despedir dos companheiros de clube. Ele embarcou ontem à noite para a Suíça, onde seu novo time, o Valencia, irá realizar a pré-temporada. “Eles estão buscando os seus direitos na justiça e eu, como profissional, preciso buscar o que é melhor para minha carreira”.
Ricardo Oliveira tem um plano bem definido para seu futuro: manter sua condição de artilheiro no Valencia. Mas essa meta pode ser também o trampolim para ele chegar à seleção, seu maior sonho.
“O futebol europeu é uma vitrine e espero realizar um bom trabalho no Valencia para ser chamado pela seleção.”
Sempre muito educado, Ricardo Oliveira distribuiu elogios aos seus dois últimos clubes. “A Portuguesa me revelou e respeito muito esse clube”, disse ele, enquanto no Santos teve a oportunidade de mostrar seu futebol de artilheiro, superando Pelé em número de gols numa Libertadores.
Potuguesa pede bloqueio da venda
O advogado Marcos Motta, contratado pela Portuguesa, entrou com uma representação na sede da Fifa, em Zurique, na Suíça, exigindo que a entidade bloqueie a venda do atacante Ricardo Oliveira, ex-Santos, para o Valência, da Espanha. Motta notificou a Fifa da decisão tomada pela 2.ª Vara Cível de Santos, que impede o Santos de receber os US$ 3 milhões pela negociação.
O dinheiro deverá ser depositado em juízo, até que haja uma decisão final da ação trabalhista, que corre em primeira instância, na 15.ª Vara do Trabalho de São Paulo, envolvendo a Portuguesa e Ricardo Oliveira. “Exigimos que a Fifa se pronuncie imediatamente sobre o caso. Juntei todos os documentos necessários para comprovar o direito defendido pela Portuguesa” disse Motta.
A CBF, a Federação Espanhola e o Valência também foram comunicados do imbróglio judicial pelo advogado.
Ricardo Oliveira se apresentou ao Valência na última semana, mas a Portuguesa conseguiu bloquear a negociação judicialmente, entendendo que os direitos federativos do atacante ainda lhe pertencem. O jogador transferiu-se para o Santos, no início do ano, amparado por uma liminar, alegando atraso no pagamento de salários e outros compromissos, no período em que defendeu o time da capital.
De acordo com o estatuto da Fifa, a CBF não pode conceder o atestado liberatório de um atleta quando estiver em litígio ou disputa contratual com algum clube. “Defendo a aplicação do estatuto no caso do Ricardo Oliveira e entendo que a Fifa deverá impedir a transferência do jogador a qualquer momento”, comentou Motta. “Atuei em casos parecidos e acredito numa decisão favorável à Lusa”, comentou o advogado.