“Não vai ser mole substituir o Muricy.” A constatação do novo técnico do São Paulo, Ricardo Gomes, resume bem o seu desafio à frente da equipe, recém-eliminada da Copa Libertadores. Ele já sabe o que virá pela frente: cobrança, pressão por vitórias e conquistas e muito trabalho para reerguer o time, abatido pelos últimos resultados ruins.
“É um desafio e tanto. Ainda mais entrando no lugar do Muricy, um dos poucos técnicos do mundo a conquistar três títulos nacionais seguidos. Fazer melhor do que ele não será fácil”, admitiu neste sábado o técnico de 44 anos à Agência Estado. Até ele se surpreendeu com o convite da diretoria são-paulina.
“Não esperava, mas fiquei muito feliz. Estarei mais perto da minha família”, disse o treinador, que recentemente fora demitido do Monaco – terminou o Campeonato Francês no 11.º lugar. Ricardo Gomes também trabalhou no Bordeaux, pelo qual faturou a Copa da Liga Francesa em 2007, e no Paris Saint-Germain, onde conquistou a Copa da França.
Já no Brasil ele passou por Guarani, Coritiba, Juventude, Fluminense e Flamengo sem ganhar títulos. Dirigiu a seleção brasileira olímpica e fracassou. Foi demitido por não classificar o time, liderado por Robinho e Diego, aos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004.
“Tenho tudo para fazer um bom trabalho no São Paulo. O time é bom, conheço os integrantes da comissão técnica e todos os jogadores – já trabalhei com o Júnior César e o Dagoberto – e acredito que, por isso, a transição será fácil. Sem complicações”, ressaltou o treinador, que assinará contrato neste domingo com o clube do Morumbi por um ano.
Ele admitiu que, nesse ano, acompanhou poucos jogos do São Paulo, mas não vê problema nisso. De início, pretende manter o esquema tático da equipe, sem mudanças radicais. Confia na qualidade do elenco para o time dar a volta por cima e brigar pelo tetracampeonato brasileiro.
