Após quinze anos, Ricardinho voltou à Vila Capanema para um jogo oficial. Agora, nada de chuteiras, ataduras e uniforme. Na condição de técnico, e principal referência de uma equipe ainda jovem, ele admitiu que “passou um filme” em sua cabeça no momento em que entrou no estádio. “Felizmente, um filme feliz, com a nossa classificação, com um segundo tempo muito bom”, disse o treinador.
Satisfeito com a classificação do time, e com a reação dos garotos após um primeiro tempo ruim, Ricardinho mostrou que tem ascendência sobre o time. “Tive que mexer com os brios dos meninos no intervalo. O Luverdense estava a 100 por hora e nós a 10. Por isso, o primeiro tempo foi tão complicado”, ressaltou o treinador paranista, admitindo que se não houvesse uma mudança de comportamento, a classificação estaria ameaçada.
Na sua visão, a ansiedade pode ter afetado o desempenho da equipe, que estava desordenada, errando muitos passes e não sabendo tirar proveito dos espaços deixados pelo time matogrossense. “Passamos por riscos desnecessários. Felizmente, no segundo tempo conseguimos entrar no jogo”.
Para Ricardinho, quem foi à Vila Capanema, ontem, certamente gostou do que viu na etapa complementar. “Sempre digo que teremos um ano duro pela frente. Mas a empatia com o torcedor será muito importante. Quem veio, tenho certeza que não se arrependeu, pois nosso segundo tempo foi muito bom”, destacou.
Ricardinho elogiou não apenas o torcedor, mas também aqueles jogadores que entraram no segundo tempo e deram mais qualidade ao time, como Maicon, Nilson e até mesmo Henrique Alemão, que entrou no fim. Os dois tornaram o Paraná mais contundente no ataque, explorando os espaços deixados pelo Luverdense. “Sei que muitos imaginavam que o Paraná não iria voltar. Mas estes erraram. Foi apenas o primeiro passo, mas vem muito mais por aí”, desafiou Ricardinho, sem esconder a satisfação por fazer parte desse processo de resgate do seu clube de coração. “Foi uma noite sensacional. Com um grande público, com uma grande vitória e com a classificação”, destacou o treinador paranista. “Essa é a imagem que vai ficar”, concluiu.