Em 2002, a lesão de última hora do volante Emerson abriu as portas da Copa do Mundo da Ásia para o meia Ricardinho. Quatro anos depois, a regularidade leva novamente o jogador do Corinthians a um mundial – desta vez, como um dos 23 convocados na lista original do técnico Carlos Alberto Parreira.
A nova convocação faz de Ricardinho o segundo paranaense – de nascimento ou criado no Estado – a disputar duas Copas. O primeiro foi Dirceu, que jogou os mundiais de 1974, 78 e 82. Rogério Ceni, nascido em Pato Branco, também vai para a segunda Copa, mas não atuou em 2002.
Às vésperas da viagem para a Suíça, onde a seleção se concentra antes da Copa do Mundo, a ?cria? do Paraná Clube falou ao Paraná-Online na sua quadra de futebol sintético no bairro do Seminário, sobre a expectativa para a Copa, as polêmicas da carreira e os planos futuros dentro do futebol.
Paraná-Online: Você se considera paulista ou paranaense?
Ricardinho: Moro aqui desde pequeno, me criei em Curitiba. Lembro muito pouco de São Paulo. Sou paranaense de coração e fico feliz em representar o Estado em mais uma Copa do Mundo.
Paraná-Online: Pelé considera o favoritismo o maior adversário desta seleção. Como o time lida com essa pressão?
Ricardinho: Internamente isso não mexe com a cabeça dos jogadores. São todos experientes, conscientes, a maioria já jogou uma Copa do Mundo. O maior desafio é superar as outras seleções, tão preparadas quanto a nossa.
Paraná-Online: Talvez seu nome tenha sido o mais contestado na lista de Parreira. Acredita em má vontade de setores da imprensa?
Ricardinho: Cada um tem sua opinião. Os jornalistas e comentaristas têm seus gostos, mas a maioria deles não levo em consideração.
Paraná-Online: Como é disputar uma vaga na Copa com amigo de infância? Tem conversado com Alex?
Ricardinho: Faz tempo que não falo com ele, desde a última vez em que nos encontramos na seleção, nas Eliminatórias. Mas sempre dissemos que jogamos em espaços diferentes. Ele é um meia-atacante, e eu sou meia-armador. Nem digo em relação a essa convocação, sempre foi assim. É um situação que estamos acostumados a conviver.
Paraná-Online: Qual o motivo de ter sido escolhido o jogador mais odiado do Brasil, em pesquisa da revista Placar?*
Ricardinho: Foi uma pesquisa meio estranha. A manchete era diferente do que dizia a reportagem. Mas não tenho nada para falar sobre isso.
*Em fevereiro, a revista publicou enquete com 100 jogadores brasileiros, após perguntar quem era o atleta mais odiado do País. Ricardinho ?venceu? com 25% dos votos, com a principal justificativa de ser ?queridinho? de técnicos e dirigentes.
Paraná-Online: Com tantos craques consagrados na seleção e o time já montado por Parreira, ainda pensa em ser titular?
Ricardinho: Estão todos preparados para jogar. Parreira conhece a característica do grupo inteiro e saberá muito bem quem escalar.
Paraná-Online: Vai continuar no Corinthians depois da Copa?
Ricardinho: Tenho contrato até o final do ano que vem. No momento, minha cabeça está voltada somente para a Copa.
Paraná-Online: E os planos de um dia ser presidente do Paraná Clube?
Ricardinho: Nunca disse isso. Uma vez comentei algo com um amigo, isso passou para a frente e um dia saiu publicado. Tenho pelo menos mais cinco ou seis anos como profissional e nesse período posso planejar bem o final da carreira.
Alex frustrado por não ir à Copa
O sucesso de Ricardinho contrasta com a frustração de Alex. O craque revelado pelo Coritiba e atualmente no Fenerbahçe nutria esperanças de integrar a seleção e encarava a Alemanha como a última grande oportunidade de disputar um mundial. Além de estar em boa fase na Turquia e de ter sido convocado algumas vezes por Parreira, o jogador terá 32 anos na Copa de 2010, na África do Sul.
A Tribuna entrou em contato com o meia, que está em Curitiba. Alex, porém, não quis conceder, nem agendar uma entrevista, alegando falta de tempo e compromissos particulares.
