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| Ricardo agradece a Lopes por ter sido deslocado à posição de meia. |
O jogador mais representativo do atual momento do Coritiba é Ricardo – ou Ricardinho, para quem prefere. Não que ele esteja vivendo um momento irregular. Pelo contrário, vem sendo um dos destaques do time nas últimas rodadas do Campeonato Brasileiro. Mas ele é o reflexo da filosofia do técnico Antônio Lopes, que ao tentar evitar as improvisações, acaba mudando em definitivo os jogadores de posição. Foi assim com Reginaldo Nascimento, que agora é zagueiro, e com Juninho, que virou volante. Hoje, Ricardinho é meia-armador (ou lateral-esquerdo?).
As opções estão aí, e nem o jogador pode nos ajudar. "Hoje eu nem sei qual é a minha posição", confessa Ricardinho, que foi lançado por Paulo Bonamigo na lateral-esquerda no ano passado. Ele era titular do time júnior quando foi requisitado pelo então treinador coxa para substituir Adriano, que estava na seleção brasileira sub-20. A situação, ocorrida no Paranaense 2003, repetiu-se no Brasileiro seguinte, quando o "lateral-meia" (que voltara às categorias de base) foi chamado para ocupar a vaga que Adriano novamente deixara ao ir para o Mundial sub-20.
Com Antônio Lopes, Ricardinho já era um jogador do time profissional, e começou como lateral-esquerdo, inclusive participando da estréia alviverde na Libertadores, com Adriano deslocado para a direita. Mas, com o passar do Brasileiro, ele acabou ganhando mais chances no meio-campo. "O professor Lopes me deu as oportunidades e eu aproveitei. Agora estou tendo seqüência de jogos", festeja.
Isso fez com que Ricardo se acostumasse a jogar no setor de criação. "Eu não atuava no meio no time júnior. Então, fiquei meio perdido nos primeiros jogos, mas neste momento já me sinto adaptado à função", explica ele, que começou como meio-campista no Nacional (clube amador do Boqueirão) e depois, por ser canhoto, foi colocado como lateral no Coritiba.
Melhor para quem gosta de ir ao ataque – ele é responsável por uma das jogadas mais importantes do time, a combinada pela esquerda com Adriano. "É interessante, porque você fica mais perto do gol", afirma Ricardinho, que no entanto sabe que as obrigações de marcação permanecem. "Apesar de ser um dos armadores, o Lopes exige da gente muita atenção com os adversários. Eu não retorno tanto para defender, mas tenho que marcar bastante", explica.
Só que, naturalmente, ele está mais perto do gol. E virou titular absoluto do Coxa e cobrador oficial de faltas. Semana passada, ele marcou o gol de honra alviverde na derrota para o Botafogo. "Espero que eu possa continuar jogando bem, cobrando faltas, marcando gols e ajudando o Coritiba", finaliza Ricardo.
Coritiba deve ter três zagueiros amanhã
Será que a mudança sai? O técnico Antônio Lopes tende a escalar três zagueiros no jogo de amanhã, às 16h, contra o Santos, na partida considerada ‘fundamental’ para a manutenção dos planos de classificação para a Copa Sul-Americana. Seria a grande novidade alviverde – se bem que pode aparecer uma outra surpresa, a entrada de Aristizábal no time e uma escalação com três atacantes.
Lopes esconde o jogo até onde pode. Perguntado sobre o sistema que mais o agradou, o 3-5-2 ou o 4-3-3 (ambos usados no coletivo de ontem), o Delegado partiu para a brincadeira. "Vocês são ‘malandrinhos’, mas não vão me pegar. Se eu disser que gostei de um esquema, já vão saber como vamos começar jogando. Não vão tirar nada de mim", avisa o treinador, que só anuncia o time momentos antes da partida.
A intenção é tentar surpreender o Santos, mas no coletivo ficou claro que ele estava buscando aperfeiçoar o sistema com três zagueiro, exigindo que Flávio – o líbero – não tentasse a linha de impedimento e até liberando Miranda e Reginaldo Nascimento para o apoio quando possível. Com esse esquema, o Coxa não teria ala fixo pela direita e a seguinte escalação: Fernando; Miranda, Flávio e Nascimento; Ataliba, Roberto Brum, Adriano, Ricardo e Luís Carlos Capixaba; Tuta e Laércio.
