O técnico Ricardinho completa, com saldo positivo, dois meses de trabalho à frente do Paraná Clube. Na condição de ídolo e maior revelação do clube, ele foi contratado para mudar os rumos do Tricolor. Em pouco tempo – e com muita serenidade -, resgatou a autoestima dos paranistas e, mesmo reconhecendo que há um longo caminho a percorrer, superou o primeiro obstáculo, levando um time jovem e sem estrelas à segunda fase da Copa do Brasil.
Mesmo tendo muito tempo para trabalhar na formatação da equipe, havia uma expectativa grande em relação àquilo que o Paraná poderia apresentar. Uma ansiedade potencializada por recentes fracassos na montagem dos elencos. Desta vez, o clube partiu para uma nova filosofia, sob a direção de Ricardinho e do gerente de futebol Alex Brasil. Sem recursos, o clube apostou em “parcerias” com equipes como Corinthians, Vasco e Atlético-MG, trazendo atletas jovens e mantidos pelos clubes de origem.
Além desses reforços e algumas contratações pontuais -como a do zagueiro Alex Bruno e do volante Vandinho (que ainda não estreou) -, o Tricolor completou o grupo com uma série de atletas formados em casa. Uma solução barata, mas também arriscada. Afinal, nos últimos anos, poucos jogadores vindos da base haviam dado resposta positiva. “Vamos resgatar o perfil vencedor do Paraná, que sempre foi um clube formador”, avisava Ricardinho, desde o momento em que pisou novamente na Vila Capanema.
Superado o primeiro desafio de 2012 – eliminar o Luverdense -, o Paraná mostra um saldo animador. Apesar da baixa média de idade (21 anos) o Tricolor teve atuações equilibradas dentro e fora de casa. É claro que oscilações ocorreram, algo que o próprio Ricardinho já previa. “É até natural que houvesse essa ansiedade. Acredito que isso já não se repetirá nos jogos contra o Ceará”, analisou o treinador. “A resposta do torcedor, que nos deu força durante toda a partida, já trará maior confiança e tranquilidade para os jogadores nos próximos desafios”, completou.
Ricardinho sabe que a cada etapa, as dificuldades – e as cobranças – serão mais intensas. Um quadro previsível para um clube que luta para resgatar seu prestígio nacional. “A temporada será duríssima. Nunca escondemos isso de ninguém. Mas chegaremos no Brasileiro com um time competitivo”, aposta o treinador. “Passar para a segunda fase da Copa do Brasil foi só o primeiro passo. Tenho certeza que o desempenho do time no segundo tempo trouxe confiança ao torcedor. Agora, nossa missão é melhorar sempre mais”, concluiu.