São Paulo (AE) – A Superliga é uma oportunidade de mostrar talento que os jogadores novatos não querem deixar escapar na busca por espaço num vôlei que é o mais competitivo do mundo.
Sem as estrelas da seleção campeã olímpica e bicampeã mundial – Ricardinho, Giba, Dante, Gustavo e Escadinha, na Europa – as quadras serão do ponta Samuel, 22 anos, destaque da nova geração, do levantador Bruno Rezende, 19, e do meio-de-rede Éder Carbonera, 23, integrantes da seleção brasileira de novos.
E também de candidatos ainda mais jovens, como os grandalhões Carlos Fidele, de 19 anos e 2,06 m, que pode se transformar no levantador mais alto do mundo se vingar na posição, e o meio-de-rede Tiago Enrique Barth, de 18 anos e 2,10 m, recém-saídos da seleção juvenil que venceu o sul-americano este ano e conquistou vaga para o mundial da categoria, em 2007.
O ponta Samuel Fuchs, de 22 anos e 2 metros, nascido em Curitiba, é o único integrante da seleção bicampeã mundial no Japão a permanecer no Brasil – vai defender o Minas Tênis, atual vice-campeão da Superliga. O ponta tem papel de coadjuvante na seleção de Giba e Dante – está chegando agora. Mas entra em quadra na Superliga como o único jogador da seleção atuando no campeonato brasileiro.
?É natural ter destaque pelo fato de eu ser o único da seleção aqui. Mas volto para a Superliga motivado por isso, não pressionado?, afirma Samuel, sem esconder que, ?futuramente?, quer seguir o caminho dos companheiros de seleção e jogar na Europa. A Superliga pode ser uma boa vitrine na briga pela titularidade na seleção e uma vaga no mercado europeu.
Os mais jovens, como Fidele e Tiago, têm o pé no chão. Sabem que ainda precisam ganhar experiência e festejam: sem as estrelas, podem ser titulares em suas equipes, evoluir e estar ainda melhores para o desafio do Mundial Juvenil do Marrocos, sob o comando do técnico Percy Oncken, em julho. Os dois estréiam hoje na Superliga. Fidele defende o Banespa/São Bernardo contra o Bento Vôlei no encerramento da primeira rodada, às 10h, em Bento Gonçalves.
Fidele, de Americana, interior de São Paulo, era atacante quando chegou à seleção infanto-juvenil para o Sul-Americano de 2004 como ponta. Mas por um acordo entre os técnicos Percy Oncken, da seleção, e Alexandre Stanzioni, das categorias menores do Banespa, começou 2005 como levantador. Sentiu dificuldades no início, tinha dúvidas se era a melhor posição para ele. Um ano depois, sente-se adaptado e acha que pode ganhar experiência suficiente para ser o maior levantador do vôlei mundial com os seus 2,06 m. No entanto, não esconde que ainda não tem o comando de jogo e o controle na distribuição de jogadas que a função exige. Ao contrário de Samuel e do levantador Bruno, que já podem pensar na seleção principal e de novos, respectivamente, Fidele ainda pensa em ganhar o mundial juvenil, em se destacar na sua categoria. ?Temos muito a aprender.?
Três equipes estréiam nesta temporada
São Paulo (AE) – Se tem equipes tradicionais como o Minas Tênis e o Banespa, a 13.ª edição da Superliga Masculina de Vôlei também tem estreantes. Entre os 15 times relacionados para a temporada, os estreantes são o Barão, de Blumenau (SC), a Ingá/Álvares, de Vitória (ES), e o Vôlei Futuro, de Araçatuba, interior de São Paulo.
O time de Araçatuba tem uma história de vida curta, mas curiosa. A equipe surge para ser o espelho de um projeto social que existe há cinco anos, o Vôlei Futuro, criado pela Reunidas, uma empresa privada. ?No início, eram apenas escolinhas na cidade, ensinando vôlei para crianças?, explica César Silva, de 33 anos, ex-jogador de vôlei e hoje técnico do time estreante. ?Das escolinhas, tiramos uma equipe que foi jogar a Primeira Divisão e agora estamos na Superliga. Eu era jogador e passei a ser técnico?, conta César, que disputou os brasileiros de 99/2000, com o Lupo/Náutico, e o de 2000/2001 pela Intelbrás.
O projeto envolve 600 crianças. ?São as crianças que acompanham os nossos treinos, é o nosso maior público. E agora terão um espelho. A idéia principal é envolver a cidade com o projeto e o vôlei. Levamos 2 mil pessoas ao Ginásio Plácido Rocha, onde temos a nossa estrutura, durante os jogos do Paulista.? César diz que o time vai brigar com as equipes médias da Superliga. ?Temos estrutura física e um time motivado.?
Como aconteceu nas últimas temporadas, desde a saída da equipe do Rexona, o vôlei paranaense não será representado nas Superligas masculina e feminina.
