Reunião tenta salvar racha na F-1

Londres – Não interessa a ninguém o impasse estabelecido sexta-feira entre Max Mosley, presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), e a Grand Prix World Championship (GPWC), empresa criada por cinco das sete montadoras que investem na Fórmula 1. A GPWC não concorda com as mudanças radicais anunciadas quarta-feira por Mosley e ameaça boicotar o Mundial de 2003. Por isso, segundo se comentava ontem na Europa, amanhã deve ocorrer uma reunião, possivelmente em Londres, entre Mosley e representantes da GPWC. Objetivo: salvar a F1.

O momento por que passa a categoria faz lembrar o que se passou em 1982, entre o então presidente da FIA, Jean-Marie Balestre, e a Foca, a Associação dos Construtores, dirigida por Bernie Ecclestone. A FIA exigia maior participação no dinheiro arrecadado pela Foca, que praticamente passou a tomar conta de tudo. O conflito chegou ao clímax no GP de San Marino, do qual participaram apenas os times que apoiavam Balestre – curiosamente, os das montadoras, ao contrário do que ocorre agora. O grid teve 14 carros. A seguir, Ecclestone cedeu e um acordo definiu o Pacto da Concórdia, que se estende até hoje. A F-1 estava salva.

Agora, Ecclestone está do outro lado, junto de Mosley, seu companheiro na iniciativa de lançar o “pacotão” de quarta-feira. É bem provável, portanto, que Ecclestone vá à reunião de segunda-feira. Um entendimento entre as partes parece imprescindível para que o GP da Austrália, o primeiro do ano, no dia 9 de março, não se transforme em outro GP de San Marino de 82.

A FIA, porém, está em forte desvantagem. Se ninguém ceder e os dois lados radicalizarem, a entidade poderá ver a categoria mudar de nome -Fórmula 1 é um nome da FIA – e uma outra competição ser promovida, organizada pela dissidente GPWC. Embora pouco provável, isso não é impossível. A GPWC controla suas cinco equipes, Williams-BMW, McLaren-Mercedes, Jaguar-Ford, Renault e Ferrari, sendo que a Sauber corre com motor Ferrari e a Jordan e a Minardi usam Ford.

O que se buscará na próxima reunião? Uma solução que atenda aos interesses de todos.

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