Curitiba será o local de uma disputa renhida amanhã. Dois modelos de calendário do futebol serão interpostos em duas reuniões – o primeiro, no arbitral financeiro do campeonato paranaense; o segundo, na Assembléia Geral da Liga Sul-Minas. Além de disputarem espaço e datas, os dois torneios disputam o dinheiro da TV, que significa o sucesso financeiro de qualquer competição.
Reunida pela última vez no dia 20 de novembro, a Liga Sul-Minas teve nos últimos dias uma debandada de clubes – não confirmada pelos próprios, mas amplamente divulgada pelos jornais. Pelas informações, Inter, Grêmio, Cruzeiro, Atlético-PR, Figueirense, Paraná e Coritiba seriam alguns dos que estariam pulando do barco do torneio regional. Sem esses clubes, a Copa Sul-Minas perderia o apelo comercial e o interesse do público.
Sem que os clubes confirmem as saídas (ou as permanências), a reunião de amanhã (às 15h, no hotel Sheraton Four Points) servirá para que o presidente da Liga Fernando Miranda saiba quem está com ele. “A última reunião aconteceu no dia 20 de novembro, não foi há dez anos. E eu não posso ficar ligando todo dia para saber a posição de cada clube. Para isso existe a Assembléia Geral”, explicou o dirigente, em entrevista à rádio Capital Play.
Provavelmente ele não verá alguns dirigentes por lá, e os três clubes da capital têm posições distintas. O Paraná, que não esteve na reunião de novembro, não sabe se vai -quem decide é o presidente Ênio Ribeiro, que chega hoje de férias. O Atlético não gostaria de ir, mas pode acabar indo. “Vamos disputar a competição desde que ela não coincida com o campeonato paranaense e que não soframos nenhuma sanção da CBF”, afirmou o presidente Mário Celso Petraglia, em entrevista à rádio CBN. O Coritiba vai comparecer, e garante que vai cumprir o contrato assinado com a Liga, mesmo que precise recorrer a um time B.
Por sinal, aí está o ponto nevrálgico da história. Tanto a Liga quanto a TV Globo afirmam que não se pode quebrar o contrato de televisionamento, mas as partes sabem que isso está muito próximo de acontecer. Para a Sul-Minas, o confrontamento pode ser um caminho, já que se a Globo Esportes não aceitar o campeonato, aí haverá quebra unilateral de contrato – com o pagamento de uma pesada multa. Aproveitando-se disso, a Liga conseguiu na Justiça obrigar a Globosat a pagar o televisionamento do torneio, mesmo sem o torneio confirmado. “Não podemos obrigar a TV a transmitir a Copa Sul-Minas, mas todos têm que cumprir o contrato firmado. Da nossa parte, é obrigação realizar a competição”, explicou Fernando Miranda.