O Paraná Clube entra em campo, amanhã – às 16h, no Pinheirão -, disposto a quebrar a invencibilidade do técnico Joel Santana à frente do Flamengo. O objetivo é encurralar o adversário e fazer valer o mando de campo. No estádio da Federação Paranaense de Futebol, o tricolor tem aproveitamento superior a 70% e a meta é vencer os dois jogos que disputa em casa (o outro, frente ao Cruzeiro) para confirmar a sua melhor campanha em um campeonato brasileiro da Série A.
"Queremos a vitória já, para assegurar a vaga na Copa Sul-Americana", confirmou o zagueiro Daniel Marques. Com 58 pontos, o Paraná está virtualmente classificado para o torneio promovido pela Conmebol (segundo projeções, tem 99,99% de chances). "Sabemos que estamos quase lá, mas queremos a garantia matemática". Para isso, precisa de mais um ponto, já que Fortaleza, Juventude e Vasco – equipes que estão logo abaixo da zona de classificação à Sul-Americana – podem chegar no máximo aos 58 pontos.
Se a participação na competição internacional é praticamente certa, o Tricolor busca a melhor colocação de sua história e quer fechar o ano como o melhor time do Estado no Brasileiro. "Não dá para negar. Esse é um campeonato à parte. Queremos continuar à frente do Atlético", afirmou Daniel Marques. "Quando cheguei, só ouvia que iríamos cair para a segundona. Fechar o ano à frente dos dois rivais é a nossa meta", disse. Resumindo, o Tricolor terá que administrar, nas três rodadas que restam, a vantagem de apenas um ponto que tem para o Rubro-Negro.
Sem vencer – e marcar gols -há duas rodadas, o Tricolor espera um jogo tenso, pela situação do adversário. "Eles vêm com tudo, pois precisam de mais uma vitória para evitar o rebaixamento", afirmou o volante Mário César. Já o técnico Luiz Carlos Barbieri acredita num adversário coeso e tentando jogar no erro do Paraná. "Foi assim que eles jogaram contra Palmeiras e Ponte Preta", lembrou Barbieri. O Mengo vem de uma série invicta de seis jogos (quatro vitórias e dois empates) e tem um desempenho superior ao do Tricolor no returno.
No segundo turno, ocupa a 10.ª posição, com 25 pontos, contra 21 do Paraná (17.º). "Temos que marcar forte, mas jogando com velocidade", sentenciou Barbieri. "Eles prioriorizam o toque de bola, tentando assim quebrar o ritmo dos adversários". Para fugir desta armadilha, o técnico paranista aposta na criatividade de Thiago Neves e Sandro, encarregados de assegurar um bom volume ofensivo e realizar assistências para o artilheiro Borges. "Quero o time ligado e participativo, tentando envolver o adversário com um bom toque de bola e troca de passes", finalizou.
Tricolor mantém o 3-5-2 contra o Flamengo
Sem contar com o volante Beto, suspenso, o técnico Luiz Carlos Barbieri decidiu escalar João Paulo na zaga e repetir o 3-5-2 utilizado ao longo de quase todo o Brasileirão. Mesmo tendo gostado da movimentação do time frente ao Santos (tendo Pierre na função de líbero), o treinador descartou esse posicionamento devido às características diferenciadas de seus volantes.
"O Muçamba não tem o mesmo estilo de jogo nem do Pierre, nem do Beto. Por isso, decidi escalar mais um zagueiro", justificou. Barbieri usou como exemplo o jogo frente ao São Caetano, quando Muçamba entrou como um "falso terceiro zagueiro" e não conseguiu bom rendimento. "Com a presença de João Paulo, Pierre e Mário César terão maior liberdade para se aproximar dos meias de criação e assim adiantar as linhas de marcação do time.
O Paraná faz com perfeição essa movimentação. Com isso, nossos laterais também podem atacar com maior freqüência", avisou. A escalação de três zagueiros fará com que o Paraná fique sem um jogador de defesa no banco de reservas. Marcos e Neguete estão no departamento médico e não mais atuarão neste Brasileiro.
Para a comissão técnica, são dificuldades normais numa reta final de temporada. Além dos dois zagueiros lesionados, outro que está fora da competição, também por lesão, é o atacante André Dias.
