O Vasco da Gama trocou a pressão por cordialidade. Nem parecia o mesmo estádio no qual o Paraná já vivera dissabores num passado não tão distante. Nada de portões trancados, seguranças truculentos ou aquele sem número de “curiosos” em torno do gramado.

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São Januário, sob a direção de Roberto Dinamite transformou-se num estádio como outros tantos da Série B do Brasileiro. Pressão, mesmo, só aquela que vem da arquibancada, no grito do torcedor vascaíno, como deve ser o futebol.

No dia 11 de setembro, em jogo válido pela 23.ª rodada da Segundona, o Tricolor voltava a São Januário. Menos de dois anos antes, mais precisamente no dia 2 de dezembro de 2007, o Paraná foi goleado pelo Vasco (3 a 0), resultado que sacramentou a queda do time para a Série B.

Naquele jogo, a pressão estava muito mais na cabeça dos tricolores do que no estádio em si. Porém, não foi sempre assim. O Paraná já havia se deparado com muitos momentos insólitos no estádio do então “todo poderoso” Eurico Miranda.

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O Paraná já vivera momentos difíceis em São Januário. Um clima pesado que ia de vestiários trancados a uma pressão nada discreta sobre árbitros e bandeiras. Eurico Miranda chegou, num jogo do Brasileiro de 99, a invadir o gramado e impedir o reinício da partida, que terminou no 1 a 1.

Pelas costumeiras manobras do famigerado dirigente, não recebeu punição alguma nos tribunais. No ano seguinte, o Tricolor voltaria a ser duramente prejudicado em São Januário, em jogo válido pela Copa João Havelange.

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No dia 3 de dezembro de 2000, o árbitro Carlos Eugênio Simon complicou a vida do Tricolor e o Vasco venceu por 3 a 1. Não conseguiu reverter a situação no jogo da volta e deu adeus à competição, que seria conquistada pelo time carioca.

Desta vez, nada disso se viu. Além de um vestiário limpo e de livre acesso, o Paraná foi recebido com hospitalidade. Dirigentes e integrantes da comissão técnica, conduzidos por funcionários do Vasco, acompanharam o jogo em um confortável camarote.

Uma conduta que norteou a forma como o “novo” Vasco de Dinamite se portou ao longo de toda a Segundona. O prêmio veio dentro de campo, com a volta à Série A.

Sem precisar apelar para o “caldeirão” de São Janurário, o Vasco preferiu premiar seu torcedor em muitos momentos da competição, levando jogos pontuais como o do último sábado para o Maracanã. Além do acesso e do iminente título da Segundona, o Vasco tornou-se também campeão de público. Com transparência e hospitalidade. Ganhando na bola.