O Paraná Clube pode ter sido prejudicado por resultados manipulados no Brasileirão 2007, ano em que foi rebaixado para a Série B. A denúncia surgiu de uma briga política interna do Goiás, clube que disputou diretamente com o Tricolor pela permanência na primeira divisão.

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A bomba explodiu na última terça-feira, durante reunião do Conselho Deliberativo do clube goiano. O atual presidente da equipe, Syd de Oliveira Reis, distribuiu uma carta com acusações contra a gestão anterior. Entre elas, a denúncia de que o Goiás teria pagado a “vários times” para evitar o rebaixamento em 2007.

“Tivemos que pagar vários times para produzirem resultados que nos interessavam evitando a nossa queda para a Série B em 2007. O Goiás foi motivo de chacota em 2007”, diz parte da carta distribuída durante a reunião de terça e divulgada ontem pelo Blog do Paulinho.

A carta não tem a assinatura de Syd de Oliveira Reis. Mas um dos conselheiros presentes à reunião confirmou ao portal UOL que ela foi distribuída pelo atual presidente do clube goiano.

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Surpresa

América-RN, Juventude, Paraná e Corinthians foram os rebaixados em 2007. O Goiás escapou na última rodada, após disputa direta com o Tricolor e o clube paulista. Desde então, o time da Vila Capanema não conseguiu voltar à Série A.

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A denúncia de manipulação de resultados foi recebida com surpresa pelo presidente paranista na época. “A gente vê e fala-se muita coisa no futebol. Juízes erram toda hora. Mas não vimos absolutamente nada de estranho. Essa notícia me surpreende”, diz Aurival Corrêa, que assumiu o comando do Tricolor na reta final da competição.

Investigação

O procurador do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Paulo Schmitt, estuda a possibilidade de abrir um inquérito para apurar as denúncias. “É uma carta apócrifa, uma questão muito complicada. Ainda estou avaliando. Uma investigação pode apontar se houve ou não corrupção, quem ofereceu e se houve vantagem a alguém”, afirma.

Já a possibilidade de haver anulação de resultados e uma reviravolta em relação ao rebaixamento do Paraná está praticamente descartada. “Seria uma infração ocorrida há muito tempo. Há questões de prescrição que devem ser avaliadas”, diz Schmitt.

O advogado Alessandro Kishino, do departamento jurídico do Tricolor, também não acredita no resgate da Segundona. Para ele, o mais provável é uma punição aos dirigentes ou até ao clube goiano.

“Depende do que a investigação apurar. Temos que ver que jogos foram manipulados. Depois podemos ver se existe alguma manobra jurídica possível. Mas é muito difícil. Infelizmente, temos que nos conformar”, conclui.