Preocupada com o baixo nível das arbitragens, no campo de jogo ou no ?provão?, a CBF anunciou ontem um pacote de medidas para reciclagem do quadro de apitadores. O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, disse em matéria no site da entidade que os resultados dos testes aplicados nos árbitros e assistentes foram ?decepcionantes? e ?preocupantes?. Na prova teórica sobre regras de futebol, apenas 45,1% dos 416 membros do quadro nacional tiraram nota acima de 7. Além disso, uma sucessão de falhas em partidas do Brasileirão tem causado reclamações dos clubes. A última lambança foi do pernambucano Cláudio Luciano Mercante Jr., que mostrou dois cartões amarelos e não expulsou o meia Luís Maranhão, do América-RN, contra o Corinthians.
Entre as principais medidas estão o uso do ponto eletrônico, a escalação de um quinto árbitro e a criação de uma comissão para estudar a profissionalização da atividade. No Paraná, o teste de 20 perguntas de múltipla escolha foi aplicado em 22 árbitros e assistentes do quadro nacional. Apenas oito (ou 36%) atingiram a média. Entre os que ficaram de ?recuperação? estão os mais famosos da relação: Evandro Rogério Roman e Heber Roberto Lopes, que tiraram 6,5.
As notas também desapontaram o presidente da Comissão de Arbitragem local, Afonso Vítor de Oliveira. ?Até pelo nível cultural do quadro, esperava bem mais. Mas o árbitro é acomodado, quando sai da escola, esquece os livros?, disse Afonso, que prometeu dar uma ?dura? nos apitadores do Estado.
No Paraná, houve erros em questões fáceis, como a distância da marca de pênalti (11 metros). Uma das que tiveram baixo índice de acertos perguntava a largura das linhas demarcatórias – até 12 centímetros. Para o ex-árbitro, a renovação do quadro proposta pela CBF será positiva se conduzida com critérios. ?Só vale se os novos tiverem maior qualidade. Não adianta trocar seis por meia dúzia?, disse Afonso.