Valquir Aureliano
Aderaldo é um dos
destaques da defesa tricolor.

Com sua força máxima, o Paraná Clube está pronto para o jogo de amanhã – às 16h, no Pinheirão -, frente ao Vasco da Gama. Ou quase. No apronto de ontem à tarde, destaque para os suplentes, que fizeram 4×0 utilizando o contra-ataque como principal arma. O técnico Lori Sandri gostou do trabalho, justamente por isso. ?Mostra que é preciso melhorar. Sem atenção, não há sistema tático que funcione?, comentou o treinador.

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O coletivo, para Lori Sandri, serviu de alerta para o grupo. ?Não que isso seja uma grande preocupação, pois nos jogos não tenho o que reclamar deste grupo?, disse. ?Os jogadores têm atuado com extrema simplicidade e esse é o ponto forte do nosso time, que joga bonito quando dá, mas não tem vergonha de chutar de bico quando necessário.? O técnico confirmou a volta de Thiago Neves ao setor de criação e reafirmou a necessidade de uma marcação severa sobre os atacantes adversários.

?É um time de tradição e que recuperou a confiança com três vitórias consecutivas?, lembrou Lori. A missão da melhor defesa do Brasileiro será parar o artilheiro Alex Dias e o baixinho Romário. ?Com jogadores deste nível, é proibido errar. O Romário já não tem a mesma mobilidade, mas na área é um atacante perigosíssimo?, alertou. A missão da zaga tricolor é repetir amanhã o que fez nas últimas cinco partidas realizadas em Curitiba.

Jogando no Pinheirão, o Paraná não sofreu gols nas partidas contra Fortaleza, Atlético-MG, Figueirense, Atlético-PR e Botafogo. O aproveitamento, nestes jogos, foi de 100%, com 11 gols marcados. ?Mostra o equilíbrio do time. Vamos tentar repetir a dose, com muita seriedade e aplicação?, comentou o zagueiro Daniel Marques. Antes desta série invicta, o Tricolor havia sofrido derrota para o Goiás (0x2) e empatado com Juventude (2×2) e Ponte Preta (1×1). O último gol sofrido em casa – sem contar jogos em Maringá – ocorreu na quinta rodada, há exatos três meses.

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?Creio que esses tropeços ocorreram num período de adaptação. Hoje, o time está bem e vem mostrando um ótimo entrosamento?, lembrou o líbero Marcos, o último a entrar nesta zaga. ?Vai ser um jogo difícil, mas temos que impor o nosso futebol?, disse Aderaldo.

Além dos ajustes táticos, Lori Sandri também teve o cuidado de ?trabalhar? a cabeça dos jogadores. Sabe que a torcida vive um momento de euforia pela boa campanha, mas acredita que isso só interferirá positivamente na equipe. ?É muito bom ver o torcedor nas ruas, vestindo a camisa com orgulho. Nosso grupo está maduro o suficiente para não se deixar levar pelo clima de ?já ganhou??, afirmou Lori Sandri.

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Artilheiro ganha aumento

O atacante Borges terá seus salários reajustados a partir do próximo mês. Esta foi a fórmula encontrada pela diretoria tricolor para tentar segurar o seu artilheiro. ?É um reconhecimento pela sua importância para o grupo?, disse o vice de futebol José Domingos, que evitou citar valores. ?É uma questão que só interessa ao clube e ao jogador.? Com 11 gols assinalados, Borges é o principal alvo de empresários que tentam faturar sobre uma possível transferência para o exterior.

Com o aumento salarial – que seria de aproximadamente 40% – também se eleva a multa rescisória no caso de uma transferência. A estratégia (que já fora utilizada com o meia Thiago Neves) não impede uma transação, mas minimiza o risco de um desmanche como o que se abateu no clube nas últimas temporadas. ?Tenho dito que nosso objetivo é mexer o mínimo possível neste time. Temos bons jogadores e houve entrosamento. Mudanças, mesmo tendo um turno inteiro pela frente, poderiam ser prejudiciais?, disse José Domingos.

Independente desta reformulação na folha salarial, o Paraná não deve abdicar de novas contratações. Com a saída de Chiquinho, pelo menos mais um meia-de-criação deve chegar e a comissão técnica já pediu mais um atacante para a seqüência do Brasileiro. ?Vamos com calma. Nosso pensamento, agora, é o Vasco da Gama?, assegurou o vice de futebol.

A política do clube, no entanto, não será suficiente para impedir a saída de Borges, caso surja uma proposta oficial, em euros. ?Aí, nenhum clube brasileiro tem como competir?, reconheceu José Domingos. A LA Sports, empresa que detém 60% dos direitos econômicos de Borges reafirmou que o objetivo é segurar o atacante no clube até dezembro. ?Se surgir algum fato novo, teremos que avaliar prós e contras?, disse Rogério Bozzi Filho.

Thiago é o camisa 10 de novo

O meia Thiago Neves busca hoje a sua volta por cima. Após ser barrado por indisciplina e na seqüência cumprir suspensão, o jogador reassume a condição de titular da camisa 10. ?Aproveitei essa parada para colocar a cabeça no lugar e também recuperar a forma física?, disse o jogador. ?Tenho que ser profissional e agora sei que o professor Lori só estava me abrindo os olhos.?

Antes do jogo frente ao Santos, Lori colocou, em um treino tático, Thiago no time de baixo. O jogador não gostou, jogou o colete no chão e acabou repreendido. Quando chegou atrasado, no dia seguinte, acabou sendo sacado do time e do banco de reservas. ?Foi uma fase péssima. Muito ruim para a minha imagem e que eu quero esquecer.? Na partida seguinte, contra o Flamengo, Thiago entrou no segundo tempo,

só que levou o terceiro cartão amarelo e por isso não enfrentou o Cruzeiro.

?Sei que minha função é importante para o time. Espero fazer um grande jogo e não mais sair da equipe?, avisou Thiago Neves. Promovido ao time principal no início do ano, o meia acredita que ainda pode evoluir. ?Já tive um bom avanço, mas é preciso trabalhar sempre mais?, comentou. Thiago, que sempre se notabilizou por marcar muitos gols de falta, ainda não ?acertou o pé? nesse Brasileiro. ?Além disso, sei que preciso dar mais velocidade ao ataque, evitando segurar a bola em demasia?, finalizou.