Dono do melhor ataque do Campeonato Brasileiro, com 43 gols marcados, time que menos perdeu até aqui, com apenas três derrotas ao lado de São Paulo e Internacional, parecia impossível parar o Cruzeiro na luta pelo bicampeonato brasileiro. Parecia. No domingo, o São Paulo mostrou que a Raposa pode sim ser superada. E a atuação do tricolor paulista pode ser um dos exemplos que o Atlético tem a seguir para derrotar o time mineiro, amanhã, às 19h30, no Mineirão.
Não só o São Paulo, como até mesmo Fluminense e Bahia, últimos adversários do Cruzeiro na competição, apesar de não terem vencido, mostraram o que fazer para superar o atual campeão brasileiro. Considerado um time que joga bonito e para cima dos adversários, o Cruzeiro tem dois problemas: a bola aérea e o contra-ataque. Dos últimos seis gols sofridos pela equipe, quatro saíram desta forma.
Por ser um time ofensivo, a Raposa acaba dando espaços para o contra-ataque. Tanto que o clube tem apenas a nona melhor defesa. Ou seja, uma saída para o Furacão seria atuar de forma compacta, esperando uma falha dos mineiros e explorar a velocidade de Marcelo e Douglas Coutinho. Vale lembrar que Bahia e Chapecoense, que perderam para o Cruzeiro no Mineirão (2×1 e 4×2, respectivamente), saíram na frente no placar e deram trabalho para o líder do torneio.
Qualidades
Por outro lado, não faltam qualidades para os comandados por Marcelo Oliveira. O Cruzeiro tem os dois artilheiros do Brasileirão – Ricardo Goulart e Marcelo Moreno, com dez gols – e tem o principal assistente do torneio – Éverton Ribeiro, com seis passes a gol. Suspenso pelo terceiro cartão amarelo, Ricardo Goulart está fora da partida. Mas não é nenhuma dor de cabeça para o treinador.
Na semana passada, o jogador já desfalcou o Cruzeiro, quando estava servindo a seleção brasileira, assim como Éverton Ribeiro. Quem entrou em seu lugar foi Júlio Baptista, que no período marcou três gols. O vasto elenco cruzeirense dá opções de sobra para Marcelo escalar a equipe.
Atuando sempre de maneira ofensiva, o Cruzeiro explora bastante os lados do campo, com Éverton Ribeiro pela direita e Alisson pela esquerda, dando as bolas para Ricardo Goulart, que apesar de jogar mais como meia, faz uma espécie de segundo atacante, entrando com frequência na área, e Marcelo Moreno, homem de referência cruzeirense. Normalmente, um dos laterais sobem para apoiar o ataque, com o outro ficando para ajudar a defesa. Os volantes também têm liberdade para subirem ao ataque. Desta forma, o Cruzeiro encurrala, na maioria das vezes, o seu adversário no campo defensivo.