Ênio Ribeiro, presidente do Paraná, vai participar das reuniões de hoje no Rio. |
A luta dos “renegados” por melhores cotas referentes aos direitos de transmissão do campeonato brasileiro prossegue. As reuniões de amanhã, com representantes da Rede Globo e da CBF serão decisivas para o futuro da competição, que por enquanto tem início programado para o próximo dia 29.
Os oito clubes que não integram o Clube dos 13 conseguiram se mobilizar e já correm boatos de que caso o impasse não seja solucionado, até mesmo a primeira rodada estaria ameaçada. Representando 33,3% do contingente total da competição, o G-8 não aceita receber somente R$ 2,5 milhões.
O menor valor a ser recebido por integrantes do Clube dos 13 é de R$ 7,2 milhões. “Essa desigualdade é ilegal”, lembra o presidente do Paraná Clube, Ênio Ribeiro de Almeida. A discriminação uniu dirigentes de Paraná, Figueirense, Juventude, Paysandu, Ponte Preta, Criciúma, São Caetano e Fortaleza. O objetivo é pelo menos dobrar o valor oferecido. Os dirigentes buscam uma cota de R$ 5,5 milhões, sendo R$ 1 milhão referente a passagens aéreas e hospedagens. “Sentimos uma boa repercussão do movimento e acho que o bom senso vai prevalecer”, comentou o dirigente paranista.
No ano passado, os protestos não surtiram efeito prático. O Paraná teve que se contentar com somente R$ 1,1 milhão e o déficit chegou aproximadamente a R$ 2 milhões. “Desta vez, não iremos pagar esta conta”, avisou Ênio Ribeiro. Os oito clubes têm outros caminhos a seguir. A primeira opção continua sendo a do diálogo, apostando na união para sensibilizar a emissora que detém os direitos pelo Brasileirão e o Clube dos 13. Afinal, 56% dos jogos envolvem os times excluídos e só na primeira rodada apenas quatro partidas poderiam ser transmitidas pela tevê, caso não haja acordo.
O trajeto mais “espinhoso” seria o do rompimento com a Globo, partindo-se para uma nova negociação com outra emissora, possivelmente o SBT. O presidente da Ponte Preta, Sérgio Carnelli, nega que haja uma negociação paralela, mas dirigentes do São Caetano já admitem essa possibilidade. O G-8 tem tido, acima de tudo, cuidado para evitar que esta disputa dê margem para uma “virada de mesa”, como cogitam dirigentes de Palmeiras, Botafogo e Portuguesa.
Cuca monta o Paraná Clube
O técnico Cuca já começa a montar a estrutura do seu time para a largada do Brasileirão. A formatação inicial conta com apenas dois zagueiros, mas com um volante posicionado na condição de líbero – ficando na “sobra”, dependendo da movimentação do adversário. Fernando Miguel, agora em plenas condições físicas e técnicas, fará este papel, com Cristiano Ávalos e Ageu na zaga.
O meio-de-campo não sofre alterações, sendo formado por Goiano, Émerson e Marquinhos. Neste primeiro trabalho, a comissão técnica não utilizou laterais e atacantes, que aproveitaram a sessão de ontem para aprimorar cruzamentos e finalizações. No final do treino, Ageu saiu reclamando de dores no músculo adutor da coxa esquerda. Não houve lesão, mas o departamento médico preferiu poupar o atleta e Fernando Lombardi entrou no seu lugar.
O primeiro coletivo está marcado para hoje à tarde. Cuca irá testar seu time contra os juniores, em dois tempos distintos para movimentar os 22 atletas do atual elenco. Devido à escassez de laterais, a comissão técnica irá recorrer às categorias de base para completar o time suplente. A diretoria também busca adversário para um amistoso no próximo sábado. Seria o único amistoso antes do nacional.
Paraná oficializa dispensas
O zagueiro Roberto e o volante Sidnei já não fazem mais parte do elenco tricolor. Eles rescindiram seus contratos, pois não estavam nos planos da comissão técnica e da diretoria. Com eles, 12 atletas do grupo que disputou o estadual já “rodaram”.
Contratações
Muitos nomes continuam surgindo como possíveis reforços do Paraná Clube. A prioridade é um lateral-direito, mas o ala-esquerdo Maurício, do Paranavaí, foi observado no domingo.
Oferecidos
Três jogadores do Prudentópolis foram oferecidos ao Tricolor: o lateral-esquerdo Zé Maria e os meias Felipe e Da Silva. “Esta quase tudo certo”, afirmou o supervisor da equipe do interior, Nelson Bureico.