Quem não chora, não mama, diz o ditado. O Paraná e as seis equipes que não fazem parte do Clube dos 13 levaram a cabo o ditado e ontem procuraram o presidente da entidade, Fábio Koff, o vice, Mustafa Contursi, e o diretor da Globo Esportes, Marcelo Pinto, para uma reunião em um hotel de São Paulo com o propósito de melhorar a cota destinada às sete equipes sobre o direito de televisionamento do Campeonato Brasileiro. Eles conseguiram alguma melhora, mas ainda não engolem a diferença entre os valores comparados com os signatários do C-13. Se antes a cota dos “renegados” era de R$ 800 mil líquidos (ou R$ 900 mil brutos), ontem ela subiu para R$ 1.100 mil líquidos (o que corresponde a R$ 1.300 mil brutos).
Depois de quase um dia inteiro reunidos, os dirigentes do sete e os representantes do outro lado concluíram que, na próxima segunda-feira, o Clube dos 13 e o patrocinador terão mais uma reunião para reconsiderar o pedido de aumento. O Paraná Clube foi representado pelo presidente Ênio Ribeiro e Ocimar Bolicenho. Apenas o São Caetano não se fez presente, mas incumbiu Ocimar de representá-lo, com procuração para acompanhar qualquer decisão dos sete.
Tanto Ênio quanto Ocimar voltaram decepcionados com a falta de critério no tratamento entre os 20 clubes. O Flamengo, atolado em dívidas, por exemplo, recebe R$ 20 milhões e os menos representativos recebem R$ 4 milhões, muito distante do que recebem os outros. E é justamente por isso que os sete presidentes vão continuar brigando. “Nós queremos receber o mesmo destinado ao clube que recebe a menor quantia entre eles, que eu não sei se é quatro ou cinco milhões. Mas não queremos equivalência”, disse Ocimar à Tribuna.
Ele também confirmou que há um tratamento desigual com os próprios sete clubes. Durante a reunião, ficou se sabendo que a Ponte Preta e o Gama já têm garantida uma cota de R$ 1.600 mil, sem muitas explicações lógicas. “Mas nem isso serve para nós, vamos brigar por muito mais”, acrescentou Bolicenho. Ao mesmo tempo, ele garantiu que não se falou em represálias, como a ameaça de não assinar o contrato e proibir as transmissão dos jogos. “A reunião foi de alto nível e em nenhum momento se falou disso.”
A diferença entre o bruto e o líquido é porque há um desconto de 12,5%. Cinco por cento são para pagamento do INSS, outros 5% para o sindicato dos atletas e 2,5% vão para o próprio Clube dos 13.
Dúvidas
O meia Alexandre dificilmente estará em campo no amistoso deste domingo (16 horas), em Toledo. O meia ainda não assinou novo contrato com o Paraná Clube, mas seu procurador, o empresário Sérgio Malucelli, não prevê dificuldades para este acerto. O presidente do Iraty reúne-se hoje com o superintendente de futebol Ocimar Bolicenho para definir o reempréstimo do atleta, bem como do meia Thiago, que também pertence ao Iraty.
“É apenas uma questão de formalização, pois somos parceiros e não haverá impedimentos na transação”, disse Malucelli. Por precaução, Alexandre não participou do treinamento de ontem à tarde. “Sem contrato, não há porque expor o atleta”, comentou o empresário. Sérgio disse que este acerto só não aconteceu até aqui por um simples desencontro entre os dirigentes. “Estive viajando e agora é a diretoria do Paraná que precisou cuidar de outros assuntos”, disse. O Iraty ainda disputa um jogo neste domingo, pelo seletivo da Sul-Minas, mas apenas para cumprir tabela. Por isso, Alexandre retornou ao Paraná, juntamente com Márcio e Luís Paulo. Thiago, mesmo tendo permanecido no interior do estado, não será utilizado nesta partida.