Foto: Valquir Aureliano |
Técnico diz que não quebra seus contratos e, por isso, permanece no Coxa. continua após a publicidade |
O Al-Itthad/SAU acenou com R$ 2 milhões por dez meses de contrato para o técnico René Simões, mas ele preferiu manter o projeto de levar o Coritiba novamente para a primeira divisão. O Goiás também andou sondando o treinador, mas a proposta para assumir o time goiano, que corre risco de degola na Série A, também não foi suficiente para convencer o profissional coxa-branca. René, que revelou as propostas ontem no CT da Graciosa, disse que o mais importante é cumprir com a palavra e finalizar o trabalho que foi iniciado.
?Eu não tenho essa característica de quebrar meus contratos. Já fui mandado embora algumas vezes, mas não quebro meus contratos?, justifica o treinador. De acordo com ele, os árabes apareceram no sábado com uma oferta fabulosa. ?Uma proposta sensacional, em termos de dinheiro, mas nada que se compare com o que eu estou vivendo aqui. Não sei como chegar para os jogadores e dizer: ?Tchau, estou indo embora, um abraço?. Não consigo, então declinei?, destaca. O clube árabe, onde jogaram Tcheco e Lima, está sem treinador porque mandou Candinho embora.
Com o Goiás foi a mesma coisa. ?É uma honra grande ser convidado, mas a gente vai continuar aqui porque essa é a nossa característica?, aponta. Ele também fez questão de ressaltar que o dinheiro não é fundamental nessas horas. ?Eu não mexo com dinheiro. É o meu irmão, no lado comercial, e minha esposa, em casa. Se eu puder, passo a 9,15 metros disso aí. Não sou chegado, não. Acho necessário, tenho filhas que têm uma vida a continuar, mas isso não é o mais importante?, finaliza.
Antes disso, o maior rival do Coritiba já havia sondado René para uma possível transferência do Alto da Glória para a Baixada e até a Fifa convidou o treinador para ser observador do mundial feminino, mas a postura dele sempre foi a mesma e se manteve fiel ao contrato com o Coxa. No entanto, o treinador quase foi embora, mas por questões internas. Cobrado por um dirigente, até agora não revelado, após o empate com o Gama, ele pediu demissão e só foi demovido da decisão depois de receber um pedido de desculpa.
Treinador quer time focado no jogo
Se vai acontecer ?briga? de públicos entre Coritiba e Atlético, que fique apenas com as torcidas e com as duas diretorias. Esse é o pensamento do técnico René Simões, que está tentando blindar o elenco para não entrar nessa ?pilha?. Para o treinador, não é hora de provocações e nem mesmo a liderança do Alviverde na Segundona é motivo para comemorações. O que ele mais quer é se concentrar na partida das 16h de sábado contra o Ceará, que vale um passo a mais em direção a uma vaga na primeira divisão do ano que vem.
?Já conversei com os jogadores para não entrarem nessa de briga de público. Disse para eles deixarem isso para a diretoria?, revela René.
Desafios à parte, os jogadores comemoram o apoio que estão recebendo da torcida. ?A cada jogo, estamos sentindo que o estádio está lotando mais e isso nos dá uma força ainda maior. Isso é fundamental e a gente espera que o torcedor compareça no sábado e nos ajude?, aponta o líbero e capitão Ânderson Lima.
Se depender da procura pelos ingressos, o Coxa deverá receber o maior público do ano contra o time cearense. No primeiro dia de vendas, a procura foi boa. Logo pela manhã, filas se formaram nas bilheterias do Couto Pereira. ?Para primeiro dia, a procura foi impressionante. Tivemos que repor a carga nos pontos de venda?, comemora Osvaldo Dietrich, diretor de marketing. No entanto, ele não soube precisar a quantidade de entradas vendidas.
A arquibancada custa R$ 20; a cadeira social e o setor visitante, R$ 30, e a social superior, R$ 100. Estudantes, idosos, crianças e mulheres pagam meia, mas o clube alerta para que essas pessoas comprem com antecedência para evitar filas e cambistas na hora do jogo.