Foto: Valquir Aureliano |
René Simões pediu demissão pela manhã, mas, no almoço, Vialle conseguiu convencer o treinador a ficar. continua após a publicidade |
Apesar da vice-liderança na Segundona, os ?bombeiros? tiveram que correr para apagar o ?incêndio? que se instalou ontem no Coritiba. Ameaças de saída do técnico René Simões e do vice-presidente André Ribeiro agitaram o dia no Alto da Glória. E olha que a crise vem no momento em que o clube está a 17 jogos (ou menos) de se garantir novamente na primeira divisão do futebol brasileiro. Para aguçar ainda mais as especulações em torno do Coxa, o próprio clube convocou uma entrevista coletiva para a tarde, mas logo tratou de cancelar o encontro com os jornalistas.
?Pode colocar aí que o incêndio foi apagado no Alto da Glória. Como coordenador de futebol, a minha função é conter qualquer foco de fogo?, amenizou João Carlos Vialle. De acordo com ele, alguns dirigentes fizeram cobranças ao treinador, mas foram divergências comuns, que acontecem em qualquer lugar. ?Houve alguns posicionamentos, mas se ele se magoou com alguma coisa ou com alguém, eu não estava presente para ver o que aconteceu?, continuou.
No entanto, a feição do treinador alviverde na coletiva já demonstrava que algo não estava bem, e o motivo seriam desentendimentos dentro do vestiário. ?Houve conversas, mas o René está com problemas sérios com um parente, que está doente, e o próprio resultado e os comentários deixaram ele chateado?, avaliou Vialle. Apesar dessa chateação, o treinador não teria pedido para sair, segundo o coordenador de futebol. ?Não, mas a divergência tem que existir porque toda unanimidade é burra?, apontou.
Após a partida contra o Gama, no vestiário, compareceram o presidente Giovani Gionédis, o secretário Luiz Henrique Barbosa Jorge, o vice André Ribeiro e Dante Milarch, que também faz parte da diretoria. O próprio Vialle confirmou que jantou com Ribeiro até as 3 horas da madrugada de ontem e foi almoçar com René para aparar as arestas. Pela manhã, o clube anunciou uma entrevista coletiva, o que gerou uma série de especulações. Quando veio o cancelamento, as especulações só aumentaram.
Nos bastidores, a conversa era de que René não gostou das cobranças e colocou o cargo à disposição. Principalmente depois da atuação de um parente de diretor que também seria empresário de jogadores de futebol, mas não teria nenhuma ligação formal com o clube e estaria dando pitaco no trabalho do treinador. No embate, Vialle teria defendido René, mas Gionédis estaria indeciso sobre o que fazer com a situação, gerando a marcação e o cancelamento da coletiva.
Também não se sabe se o treinador continua no clube após a partida contra o Ituano. Hoje, René e diretoria deverão se pronunciar sobre a crise e os problemas internos que atrapalharam a equipe nas duas últimas rodadas.
Matemática ainda é aliada do Coritiba
Foto: Walter Alves |
Hugo volta ao time, neste sábado, contra o Ituano. |
Ao mesmo tempo em que desperdiça pontos importantes, o Coritiba vê as chances matemáticas diminuírem, mas nada para se preocupar. Segundo o site Chancedegol.com.br, o Alviverde tem 10,4% de conquistar o título e 61% de subir para a primeira divisão. No entanto, como Criciúma e o próprio Coxa andaram tropeçando nas últimas rodadas, para se chegar ao título a projeção agora é de 73 pontos e para subir para a primeira divisão 64 pontos seriam necessários. Tudo isso pode mudar conforme o desenrolar da competição e das combinações de resultados.
Como o Coritiba tem 36 pontos, faltariam 28 para o sonho da torcida ser concretizado. Com 17 jogos até o final da Série B, o Alviverde precisa de nove vitórias e um empate. E a continuidade dessa caminhada pode ser retomada no sábado diante do Ituano, um dos últimos colocados na competição. Apesar da crise instalada no Alto da Glória, o técnico René Simões comanda a equipe no trabalho de hoje e promove algumas mudanças. As entradas do volante Douglas Silva e do atacante Hugo já foram confirmadas, mas ele pode mudar mais ainda.