Que tal uma estátua de Ânderson Lima no Alto da Glória? O técnico René Simões acha que o capitão do Coritiba na Segundona merece isso e até muito mais. Para o treinador, o polivalente jogador tem sido um dos pilares da equipe alviverde na campanha de retorno para a primeira divisão com seu trabalho em campo, sua liderança e o amor demonstrado ao clube. Modesto, do alto de seus 34 anos, o ala/líbero/volante garante que não faz mais do que a obrigação, mas fica feliz pelos elogios que vem recebendo, principalmente do comandante do Coxa.
?O time é jovem e está amadurecendo, mas atrás tem um capitão falando e colocando todo mundo no lugar, que é o Ânderson Lima. Muito se falou dele (com críticas), mas ninguém pode classificar a importância dele (no elenco)?, aponta o treinador. Para ele, subindo para a Série A, o capitão precisa ser reconhecido como um jogador de fundamental importância.
?O que ele tem feito para esse grupo não tem limites. Pela minha experiência de lidar com capitães, trabalhar com pessoas, pelo que o Ânderson Lima tem feito pelo Coritiba ele merecia uma estátua?, destaca René.
Como não poderia deixar de ser, Lima mantém a modéstia e diz que o que faz é apenas sua obrigação. ?Fico feliz por ele falar isso, mas o que tenho feito é apenas o meu trabalho?, pondera o capitão coxa-branca. Segundo ele, sempre que veste a camisa alviverde, a meta é fazer o melhor pelo time. ?Procuro sempre me doar ao máximo, me determinar?, comenta. No entanto, ele garante que está vivendo um grande momento, mas faz ressalvas. ?A cada dia você tem que provar que tem capacidade?, avisa.
E para o próximo desafio (sábado contra o Barueri), Lima diz que o trabalho já começou e precisa continuar sendo sério.
?O jogo começa aqui (CT da Graciosa) essa semana, nos treinamentos, e a gente tem se aperfeiçoado, tem trabalho muito, principalmente com a cabeça, para não deixarmos cair?, reitera. Se depender disso, o torcedor não precisa se preocupar. Homem de confiança de René, Ânderson Lima tem sido peça fundamental na caminhada do Coritiba em busca da vaga na Série A e é exemplo também nos treinamentos. Até aqui, na Série B, ele vestiu a camisa alviverde 27 vezes e marcou cinco gols.
Clube está empenhado na 2.ª estrela
O Coritiba enviou ontem para a CBF um pedido para o reconhecimento do Torneio do Povo, vencido em 1973. Em carta assinada pelo presidente Giovani Gionédis, o clube explica o mérito histórico da competição, mostra como foi o sistema de disputa e os resultados para provar a importância do torneio. Tudo para o clube poder ostentar na camisa mais uma estrela dourada. A reivindicação da oficialização da conquista surgiu em vários momentos nos últimos anos, mas ganhou força há três meses devido a um movimento dos jogadores da época.
De acordo com o mandatário alviverde, o clube já vinha estudando o pedido de mais uma estrela dourada, antes mesmo de outros setores. ?Foram realizados diversos jantares sem a presença do presidente. Se tivessem me convidado saberiam que a atual diretoria já estava trabalhando pelo reconhecimento de mais esta conquista?, justificou Gionédis. O dirigente, inclusive, pede que a Federação Paranaense de Futebol apóie o clube no pleito que foi encaminhado a Ricardo Teixeira, presidente da CBF.
Para Aladim Luciano, Gionédis está querendo pegar carona na reivindicação dos ex-atletas. ?Buscamos o apoio da diretoria do Coritiba, mas não fomos atendidos, pois o movimento foi tachado de eleitoreiro e que estaríamos fazendo politicagem barata?, disparou. Segundo ele, o advogado e conselheiro Domingos Moro fez contatos na CBF e não encontrou nenhuma movimentação do clube. ?Diante da resposta negativa, Moro é o responsável por redigir o manifesto que será acompanhado de assinaturas de torcedores e matérias jornalísticas para fortalecer o pedido?, destacou Aladim.
No entanto, o próprio Moro vê vícios no encaminhamento do documento. Segundo ele, precisa haver hierarquia e o documento passar pela Federação, que levaria até a CBF. ?O clube não passou pela Federação e talvez a CBF nem considere. Mas fico feliz pelo presidente acatar um pleito de um grupo de conselheiros, torcedores e ex-jogadores?, disse o advogado. De qualquer forma, Moro acha que pedir mais uma estrela é ?bobagem?. ?Não sou burro o suficiente para pedir estrela. O que eu acho que seria possível era o reconhecimento nacional?, finalizou.
Jantar
De qualquer forma, o jantar de confraternização em torno da conquista está mantido, incluindo um abaixo-assinado pedindo a homologação do título. Será na terça-feira, no mesmo dia e horário da partida contra a Ponte Preta. Com isso, quatro telões serão instalados no restaurante Madalosso para os torcedores acompanharem o jogo.
