"Fiquei assustado." Não há frase melhor para resumir o que sentiu o atacante Renaldo – e, por tabela, a torcida do Paraná Clube – no jogo do último sábado. Os exames comprovaram ter sido apenas uma crise respiratória, resultado de uma forte gripe, mas o susto foi grande. "Cara, não vi nada. Só sei que a tosse não parava e com isso senti o peito queimando e apaguei", contou.
"Nunca tive problema cardíaco e a cada temporada passo por exames. Como não sou de economizar nos treinos, sempre me senti à vontade para ir até o limite", comentou. "No sábado, já em casa, fiquei pensando que não é fácil querer correr como um menino", brincou. Aos 35 anos, pela primeira vez Renaldo viveu uma situação como essa. "Dificilmente me lesiono. Nunca imaginei que sairia de um estádio numa ambulância."
Ainda gripado – e falando com alguma dificuldade devido à tosse intermitente – Renaldo acredita ter feito um bom jogo, mesmo sem ter marcado gols, sua especialidade. "Foram quase cinqüenta dias sem jogar e isso pesa. Além disso, foi uma semana tumultuada com essa gripe. Pouco treinei, mas mesmo assim fiz algumas assistências", lembrou. "Só lamento que não sobrou nenhuma bola para eu concluir." Na única chance, Aderaldo tocou e a bola ficou muito próxima de Renaldo, que bateu mesmo assim e a zaga cortou.
"Acho que fiz a minha parte, impedindo o avanço dos zagueiros e segurando a bola lá na frente", comentou. Renaldo não deve voltar aos treinos hoje, devido à gripe, mas acredita que estará à disposição do técnico Lori Sandri para o jogo do próximo sábado. "Estou medicado e espero treinar o quanto antes", disse o atacante. Se liberado pelo departamento médico, Renaldo poderá finalmente atuar ao lado de Borges, que volta ao time após cumprir suspensão.
Tricolor encara seu jogo mais difícil no Brasileirão
O Paraná Clube tem pela frente, na teoria, o seu mais difícil compromisso neste Brasileirão. No próximo sábado vai a Volta Redonda para enfrentar o Fluminense, líder da competição ao lado da Ponte Preta. Para muitos, só seria possível avaliar qual o potencial de cada equipe após a décima rodada. O técnico Lori Sandri, mais cauteloso, acreditava que essa análise só seria mais precisa a partir da ?virada? do turno. Ao que tudo indica, o treinador estava certo. Apenas quatro pontos separam equipes que ocupam a zona de classificação à Copa Sul-Americana e a de rebaixamento.
?Qualquer descuido é perigoso?, frisou o volante Rafael Mussamba. O jogador fala com a consciência de que a vitória sobre o Atlético Mineiro, na prática, representou a conquista de apenas uma posição.
?Mas, foram três pontos fundamentais. O importante é não perder contato com os clubes que estão à nossa frente?, disse. O Tricolor elevou seu rendimento geral e atingiu o objetivo de não mais perder pontos em casa. ?Agora, é retomar o equilíbrio que tivemos fora, contra São Paulo e Palmeiras, quando fizemos quatro pontos?, destacou o destaque da equipe na vitória sobre o Galo.
Lori Sandri terá problemas para armar a equipe, podendo até abrir mão do sistema com três zagueiros. Tudo por conta da ausência de Marcos e Aderaldo, suspensos pelo terceiro cartão amarelo. Para somente substituir peças e assegurar a manutenção do sistema tático, a saída seria escalar Da Silva e João Paulo. Só que a volta de Beto ao meio-de-campo abre outra perspectiva para o treinador. Com o capitão ao lado de Rafael Mussamba e Mário César, o Tricolor teria um meio-de-campo bastante coeso, pois o trio tem como principal característica a marcação.
?Não sei qual será a estratégia, mas uma coisa posso dizer: quero muito
jogar contra o Fluminense?, disse Mário César, ainda relembrando da final do carioca, quando seu time, o Volta Redonda, perdeu o título para o Fluminense. Além do retorno de Beto, Lori também vai contar com o artilheiro Borges.
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